Em 2016, o Rio de Janeiro vai sediar os Jogos Olímpicos, um dos maiores eventos esportivos do mundo.
A cidade tornou-se um canteiro de obras com as diversas reformas que estão em andamento.
Em entrevista ao G1, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que não há superfaturamento nas obras e que não haverá elefantes brancos (construções abandonadas) após a realização do evento e que um legado será deixado.
Mas não é isso que pensa o pastor Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de PAZ. Vivendo de perto a realidade da periferia do Rio, ele não consegue ver legado algum das Olimpíadas para a cidade.
Em publicação no Facebook, ele escreveu sobre o equívoco de prioridade na aplicação da verba pública:
A Olimpíada de 2016 é um problema moral. Ela está sendo realizada com verba pública. Uso do dinheiro do contribuinte deve seguir uma lista de prioridade. O prioritário é a necessidade humana; a começar pela vida do pobre.
Estive hoje na comunidade Mandela, na Zona Norte do Rio. Descobri o que não havia visto na minha última visita poucos dias atrás. A piscina que estava fechada desde a chegada da UPP, foi reaberta no final de semana passado.
Vi dezenas de crianças pobres se divertindo pra valer. Não paravam de rir, dar cambalhota e mergulhar. Fiquei feliz por elas. No Mandela, criança acorda sem ter o que fazer. As áreas de lazer são quase inexistentes.
O que me trouxe tristeza foi o que pude testemunhar ao me aproximar da pequena piscina. Água imunda. Nenhum salva-vida. Lixo espalhado pelo chão. Azulejos soltando. Crianças com os pés cortados. Sangue e cortes profundos.
Passei numa loja de construção e comprei material para a reforma da piscina, que será restaurada por moradores da comunidade.
Esse é o "Rio Olímpico". Não me conformo. Não me orgulho. Não entendo. Não posso ficar calado.