Grupos que defendem a liberdade de crença no mundo criticaram por ver que os EUA deixaram novamente a Nigéria de fora da lista dos “piores violadores da liberdade religiosa” do Departamento de Estado do país.
A lista atual foi divulgada na quinta-feira (04) apontando para os países de particular preocupação. O rótulo de “violadores” é dado para as nações que se envolvem em crimes graves de liberdade religiosa, incluindo violência, tortura, prisões e mortes.
Conforme lembra o Christian Today, a Nigéria não faz parte dessa lista pelo terceiro ano consecutivo. O que causa espanto nos observadores é que o grupo terrorista atuante na Nigéria — o Boko Haram — foi listado na categoria de “Entidades de Particular Preocupação”.
Situação de perseguição a cristãos na Nigéria
Em 2020, a Nigéria foi adicionada à Lista de Preocupação Particular (CPC) pela administração Trump, mas foi removida no primeiro ano da administração de Biden e, desde então, não fez mais parte dela.
A situação dos cristãos no país, no entanto, tem sido uma das piores. Só para citar um dos motivos, na véspera de Natal, cerca de 160 cristãos, incluindo pastores, foram mortos brutalmente enquanto se preparavam para as celebrações em igrejas.
“Mais cristãos estão sendo mortos na Nigéria pela sua fé do que em todos os outros países juntos”, alertou o Conselheiro Global para a Liberdade Religiosa da ADF Internacional, Sean Nelson.
“Estamos desapontados e profundamente preocupados com o fato de a administração Biden ter falhado novamente em designar a Nigéria como um país de particular preocupação pelas suas flagrantes violações da liberdade religiosa”, continuou.
Carta de apelo ao Congresso
A ADF International foi um dos vários grupos de defesa a assinar uma carta, no mês passado, apelando aos membros do Congresso para apoiarem uma medida que apela ao Departamento de Estado para designar a Nigéria à CPC e solicita a nomeação de um enviado especial para a Nigéria e a região do Lago Chade.
A carta detalhou as violações da liberdade religiosa que assolam a nação africana, destacando explicitamente como “90% de todos os cristãos mortos pela sua fé em todo o mundo viviam na Nigéria”.
A carta cita os sequestros de líderes cristãos, assassinatos brutais, incêndios criminosos de 17 mil igrejas cristãs na Nigéria desde 2009, muitas das quais foram queimadas com fiéis no seu interior.
Para finalizar, os autores classificaram a omissão dos EUA como “um nível de apatia problemático” e criticou a falta de investigação sobre os ataques e as acusações.