Brasileiros enxergam positivamente empresas socialmente responsáveis
A Market Analysis, instituto de pesquisa e opinião pública, apresentou os resultados da pesquisa "Responsabilidade Social das Empresas - Percepção do Consumidor Brasileiro", em parceria com o Instituto Akatu de Responsabilidade Social e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. O estudo analisou a evolução da percepção dos consumidores sobre o papel das corporações na sociedade e suas expectativas em relação aos impactos sociais e ambientais produzidos por elas. Os dados se integram ao levantamento global feito em mais de 20 países sob a coordenação do Instituto GlobeScan.
De acordo com a pesquisa, o interesse do brasileiro por ações de responsabilidade social se manteve estável nos últimos cinco anos. Segundo o estudo, o consumidor valoriza a parceria de empresas com ONGs, e sabe que tem o poder de influenciar as companhias.
Segundo Fabian Echegaray, diretor da Market Analysis, foi constatado também que os consumidores de países desenvolvidos tendem a avaliar o desempenho de Responsabilidade Social das Empresas (RSE) de forma mais crítica, enquanto os países em desenvolvimento têm uma visão mais positiva.
Embora a visão do brasileiro seja positiva, o estudo também faz um alerta para a desinformação do consumidor e os sinais de seu ceticismo em relação à atuação das empresas empenhadas nas ações de Responsabilidade Social. "Existe uma alta expectativa quanto ao tema e uma associação positiva a um papel social", avalia o diretor . "Porém, a pesquisa indica a desconfiança da população sobre o engajamento das companhias, que as realizam e desenvolvem como ações de marketing, em busca da melhoria de sua imagem junto ao consumidor", afirma.
O levantamento no Brasil teve como base uma amostra de 800 consumidores, com entrevistas presenciais em seus domicílios. Foram entrevistados adultos entre 18 e 69 anos, residentes nas oito principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília. É importante destacar que as entrevistas foram realizadas antes da divulgação dos relatórios do IPCC em 2007. Assim, não incorporam os reflexos da grande cobertura do tema "aquecimento global" pela mídia.