As tentativas da China de secularizar a religião cristã chegaram ao seu ponto mais temível: o regime comunista se mobiliza para reescrever a Bíblia. O objetivo é promover o socialismo e dificultar a prática genuína da fé no país.
Sob a direção do governo chinês, duas organizações protestantes na China estão sendo forçadas a mudar os textos bíblicos originais. O Movimento Patriótico das Três Autonomias (Trhee-self) e do Conselho Cristão Chinês terão cinco anos para reorientar a Bíblia para promover o socialismo e criar um novo cristianismo que favorece a agenda do governo comunista.
Eles querem erradicar qualquer forma de cristianismo que possa ameaçar a autoridade do Estado chinês e substituí-la por uma forma que avance os fins do Partido Comunista. Este processo de secularização é conhecido como sicinização.
Em consonância com os esforços renovados da China para consolidar o nacionalismo dentro do judaísmo-cristianismo, o governo incorporará os ensinamentos budistas e confucionistas no Antigo Testamento e fornecerá comentários adicionais sobre o Novo Testamento.
Também estão incluídos no plano de cinco anos os esforços para casar os caracteres chineses, a arquitetura e outras expressões da cultura chinesa na expressão cristã de sua fé.
Novos relatórios sobre o plano de cinco anos do reverendo Bob Fu, fundador da organização de vigilância de perseguição ChinaAid, vêm na sequência da intensificação da perseguição de cristãos em toda a China.
Funcionários do governo forçaram o fechamento de centenas de igrejas somente em 2018, além de prender ou deter pastores. Três grandes igrejas foram fechadas entre setembro e dezembro do ano passado, incluindo a Igreja de Sião em Pequim, a Igreja da Aliança Primitiva da Chuva em Chengdu e a Igreja Rongguili em Guanzhou.
As reivindicações crescentes da perseguição cristã na China colocaram muitos membros da comunidade de direitos humanos em alerta.
As tentativas do governo chinês de reescrever a Bíblia vêm apenas meses após a China proibir todas as compras da Bíblia na internet, uma das últimas formas legais de se obter uma Bíblia no país.
As últimas violações da China à liberdade religiosa trazem de volta lembranças da Revolução Cultural de Mao Zedong de 1966 a 1976, quando o líder comunista tentou abolir completamente a religião.
No entanto, não parece que o Presidente Xi Jinping pretenda seguir o exemplo. Em vez disso, ele pretende vincular o mandato nacional ao cristianismo de uma forma que dificulta a prática genuína da fé na China.
O governo alterando a doutrina de uma religião histórica fornece aos EUA um firme fundamento sobre o qual se posicionar contra aqueles que tentam impedir a liberdade religiosa. O deputado Chris Smith, republicano de Nova Jersey, e o senador Marco Rubio, republicano da Flórida, lideraram o caminho ao defender a aplicação das sanções da Lei Global Magnitsky contra as autoridades chinesas responsáveis por violações da liberdade religiosa.
Os EUA não podem ficar sentados enquanto essas injustiças persistem e devem procurar responsabilizar as autoridades chinesas. A Fundação Heritage sediará um evento na terça-feira sobre a liberdade religiosa na China apresentando Fu que irá explorar as etapas que os EUA podem seguir.