Como capelães dos EUA ajudaram a espalhar o Evangelho durante a Guerra da Coreia

140 capelães militares evangelizaram e batizaram soldados, oficiais e trabalhadores coreanos durante o conflito de 3 anos.

Fonte: Guiame, com informações de KoreinAtualizado: segunda-feira, 9 de setembro de 2024 às 20:14
O soldado coreano Lee Hyeong-hwan é batizado pelo capelão Hubert Engram, perto de Seul, em 1952. (Foto: Instituto de História Militar).
O soldado coreano Lee Hyeong-hwan é batizado pelo capelão Hubert Engram, perto de Seul, em 1952. (Foto: Instituto de História Militar).

Conhecido por ter a maior igreja evangélica do mundo, a Coreia do Sul também possui uma grande parcela de cristãos. Já a Coreia do Norte, apesar de ser a nação que mais persegue cristãos, abriga 400 mil seguidores de Jesus secretos.

Mas nem sempre foi assim. A primeira vez que missionários tentaram entrar na Coreia (ainda não separada em Coreia do Norte e Coreia do Sul) aconteceu apenas por volta de 1832 e 1866, e sem sucesso.

O primeiro contato com o Evangelho aconteceu no exterior, quando coreanos na Manchúria conheceram o protestantismo através de missionários escoceses, como John Ross (1842–1910). Eles passaram a contrabandear traduções coreanas dos Evangelhos e depois de todo o Novo Testamento para a Coreia.

Disseminando a cultura cristã


O reverendo Harol Voelkel realiza um culto com soldados comunistas no campo de prisioneiros em Geoje-do, em 1951. (Foto: Instituto de História Militar).

Na época da Guerra da Coreia, os capelães do exército dos Estados Unidos exerceram um papel importante na evangelização da Coreia do Sul. Os militares americanos ajudaram os sul-coreanos a barrar a invasão norte-coreana comunista, durante o conflito que durou três anos.

Segundo documentos e fotos descobertos pelo Instituto de História Militar da Coreia do Sul, “os soldados dos EUA não apenas lutaram, mas também trabalharam para disseminar a cultura cristã na Coreia”.

“Alguns soldados compartilharam suas rações de batalha com órfãos, e capelães militares realizaram cultos com civis em igrejas de tendas no Natal e em outras épocas”, relatou o major Nam Bo-ram, em entrevista à Revista Korein.

Culto em campo de prisioneiros e quadrinhos bíblicos

No total, 140 capelães militares foram enviados para servir na Guerra da Coreia. Em fevereiro de 1951, o capelão americano Harol Voelkel realizou um grande culto com soldados norte-coreanos, que estavam detidos no campo de prisioneiros de guerra em Geoje-do.

Na época, os capelães anunciaram o Evangelho e batizaram soldados, oficiais e trabalhadores coreanos, em uma grande colheita de almas.

“Também descobrimos os primeiros quadrinhos bíblicos coloridos em coreano, feitos pelos militares dos EUA para evangelizar os coreanos", comentou o major Nam.

"A Guerra da Coreia foi uma guerra ideológica. As nações comunistas tratavam a vida humana com leviandade e oprimiam a cultura religiosa e espiritual. Por outro lado, as nações liberais se esforçaram para protegê-los", explicou o oficial.

Cristãos perseguidos pelo norte comunista


Cristãos cultuam em igreja bombardeada no norte da Coreia, em novembro de 1950. (Foto: Instituto de História Militar).

Durante o conflito, muitos cristãos norte-coreanos foram perseguidos pelo regime comunista devido à sua fé. Alguns deles fugiram para o sul para cultuarem a Deus livremente.

Uma das fotos encontradas pelo Instituto de História Militar mostra um grupo de cristãos em uma igreja destruída por um bombardeio, no norte da Coreia, em novembro de 1950.

A foto foi tirada no período em que as forças da ONU se expandiram para o norte e tomaram temporariamente a área.

"Parece que são cristãos do norte, que foram perseguidos, realizando um culto de adoração para dar as boas-vindas e agradecer às tropas recém-chegadas da ONU", esclareceu o Instituto

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