Na madrugada de segunda-feira (12), três casas de cristãos foram atingidas por coquetel molotov e tiros, no Paquistão, em mais um caso de perseguição no país de maioria muçulmana.
Segundo o Morning Star News, mais de 20 homens muçulmanos armados, liderados por Imran Yousaf, dispararam contra as residências em uma vila, no distrito de Sahiwal, na província de Punjab.
“Eles jogaram coquetéis molotov em nossas casas e dispararam contra os portões, danificando propriedades no valor de centenas de milhares de rúpias paquistanesas. Felizmente, ninguém foi morto ou ferido no ataque”, relatou Arshad Masih, um dos cristãos afetados, ao Morning Star News.
Logo, a polícia chegou ao local e os muçulmanos fugiram, impedindo que ferissem os moradores.
Abraham Daniel, um líder cristão da região, afirmou que os muçulmanos atacaram as casas, porque os cristãos apoiaram um partido político adversário nas eleições, que aconteceram no início de fevereiro.
“Já existia tensão entre cristãos e muçulmanos sobre a construção da igreja”, disse Daniel, acrescentando que há 100 cristãos morando na vila.
“Este incidente ocorreu devido ao apoio dos cristãos ao candidato da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N). Os agressores são afiliados ao Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI), cujo candidato venceu as eleições naquele círculo eleitoral”.
Oposição à igreja local
Porém, para Masih, o real motivo do ataque foi a construção de uma igreja na vila. “Desde que minha família construiu a igreja, há dois anos, esses homens têm tentado arranjar brigas conosco”, denunciou ele.
“Eles nos chamam de 'chuhras' [um termo pejorativo usado para os cristãos] e estão sempre encontrando maneiras de nos pressionar a fechar a igreja”.
Masih observou que entre as residências atacadas, duas eram de líderes da congregação, incluindo a do pastor da igreja, Hashmat Masih.
“Logo depois, os agressores foram para a casa do meu primo, Tahir Masih, que é um presbítero da igreja. Eles jogaram coquetéis molotov dentro de sua casa, que queimaram seu riquixá – sua fonte de sustento – e outros pertences”, contou.
As famílias atacadas registraram queixa na polícia contra os perseguidores. O caso está sendo investigado e ainda ninguém foi preso.
O Paquistão ficou em 7° lugar na lista mundial de observação da missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.