Cristãos são torturados e forçados a recitar credo islâmico no Paquistão

Os irmãos Azam Masih e Nadeem Masih, foram sequestrados, espancados e pressionados a se converterem ao Islã.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024 às 19:54
Jovens no Paquistão. (Foto: Ilustração/Open Doors)
Jovens no Paquistão. (Foto: Ilustração/Open Doors)

Na última semana, dois cristãos foram torturados por muçulmanos depois de serem forçados a recitar credo islâmico no distrito de Sialkot, no Paquistão

No dia 22 de janeiro, Azam Masih, de 28 anos, e seu irmão, Nadeem Masih, foram sequestrados, espancados com barras de ferro e pressionados a se converterem ao Islã.

Segundo Adil Ghauri, presidente do “Movimento para o Despertar Cristã, Azam estava trabalhando em sua alfaiataria quando um homem chamado Naseem Shah e seus cúmplices chegaram armados e o levaram à força para a casa de Sunny Shah, um dos suspeitos.

“Os agressores acusaram Azam de patrocinar 'crimes' na área e começaram a espancá-lo com barras de ferro”, disse Ghauri ao Morning Star News.

Os extremistas também sequestraram seu irmão mais novo e o submeteram à mesma tortura

“O suspeito forçou os dois cristãos a recitarem o Kalima [proclamação da conversão islâmica] se quisessem salvar suas vidas, ameaçando matá-los se recusassem. Os irmãos não tiveram escolha e se renderam à exigência”, contou Ghauri.

E continuou: “Os suspeitos também gravaram um depoimento em vídeo dos dois irmãos, no qual eles foram forçados a dizer que estavam se convertendo ao Islã por vontade própria”.

Os agressores levaram os celulares e outros pertences dos cristãos antes de os libertarem.

Suporte à família 

De acordo com Ghauri, os irmãos concordaram em não denunciar a agressão, pois temiam às ameaças dos extremistas.

“Tivemos conhecimento deste incidente em 24 de janeiro e imediatamente entramos em contato com a família”, disse Ghauri. 

“Depois de muita insistência, conseguimos convencê-los de prestar queixa à polícia, pois manter o silêncio encorajaria os agressores a atacarem mais cristãos que vivem na aldeia”, acrescentou.

Mais de 300 famílias cristãs vivem na região. A polícia local prendeu alguns muçulmanos acusados de terem conduzido o crime e registrou acusações contra os suspeitos.

“Os suspeitos, Naseem e Sunny, têm antecedentes criminais e estiveram envolvidos no incitamento ao ódio contra os cristãos. E esta não é a primeira vez que os cristãos são alvos naquela área”, disse Ghauri. 

Ghauri contou que líderes cristãos locais se reuniram com muçulmanos e funcionários do governo para manter a paz na aldeia. No entanto, os dois irmãos e sua família se esconderam e cortaram contato com aqueles que estão tentando fornecer ajuda jurídica a eles. 

“A família cortou todos os contatos por medo de represálias dos muçulmanos acusados. Estamos tentando encontrá-los, porque suas declarações são cruciais para garantir o processo contra os suspeitos”, informou ele.

“O ataque foi uma prova de que conversões forçadas estavam a ocorrer no Paquistão sob vários pretextos. Não só os menores, mas até os nossos jovens estão sendo alvo de extremistas islâmicos”, acrescentou.

E concluiu dizendo: “Estes incidentes justificam a nossa exigência genuína de criminalizar as conversões religiosas forçadas no Paquistão”.

O Paquistão está classificado como o 7 lugar mais difícil para ser cristão no mundo, na Lista Mundial de Observação da Portas Abertas de 2024

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