De acordo com a Portas Abertas, há pouco mais de uma semana militantes jihadistas associados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) capturaram o vilarejo de Tidermene, no Nordeste do Mali.
“Tidermene caiu nas mãos do Daesh (sigla do EI em árabe)”, disse um oficial que se refugiou em uma cidade vizinha, Menaka.
Ele explica que os terroristas estão circulando armados pela cidade e distribuindo cópias do Alcorão para a população.
“Eles aproveitaram a instabilidade política gerada pela retirada das forças francesas, em 2022, para avançarem ainda mais e dominarem outras partes do Mali.
Avanço jihadista no Mali
Desde a invasão de Tidermene, o Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS, da sigla em inglês) iniciou uma grande ofensiva no Norte do Mali, entre as cidades de Menaka e Gao, avançando para o Oeste do país.
A situação é preocupante, segundo a organização. A perseguição aos cristãos no Mali vem crescendo a cada dia. O país que ocupava a 28ª posição na Lista Mundial da Perseguição em 2021, já subiu para o 17º lugar em 2023.
Os cristãos que vivem por lá sofrem opressão islâmica e hostilidade etno-religiosa. Os ataques às igrejas são violentos e orquestrados por redes criminosas, quadrilhas ou grupos extremistas de outras religiões.
Em áreas do Norte amplamente controladas por grupos extremistas islâmicos, quem segue a Cristo corre maior risco. Cristãos ex-muçulmanos são mais visados por serem vistos como apóstatas pela comunidade islâmica. Para os familiares é motivo de vergonha ter um parente que se converte à outra religião.
Igrejas em extinção
As igrejas na cidade de Menaka não existem mais. “A insegurança causou a extinção das igrejas em Menaka. Os cristãos que restaram ali são, em grande parte, estrangeiros, viajantes ou soldados. Até o momento, não sabemos se algum cristão foi morto, ferido ou afetado pelo último incidente”, disse um colaborador.
Ele explica que a igreja mais próxima da região fica na cidade de Gao, a uma distância de 315 km: “Estamos vivendo sob grandes ameaças. O medo cresce a cada dia por causa dos rumores de lutas constantes. Sequestros, ataques e outros crimes acontecem impunemente, até nos centros urbanos”.
“É uma situação preocupante, mas agradecemos a Deus porque no último ataque não houve cristãos sequestrados nem mortos. A crise de segurança está se intensificando rapidamente. Por favor, ore para que Deus nos proteja”, pediu um pastor de uma igreja em Gao.