Quase todas as atividades das igrejas que ficam nas montanhas do planalto central do Vietnã foram suspensas e os líderes cristãos estão sendo monitorados.
“O sinal de celular foi cortado e a internet está muito limitada. Quando conseguimos falar com eles, não podemos conversar por muito tempo porque o cenário está tenso e sensível. Precisamos ser cuidadosos”, conta Josuha (nome fictício por motivos de segurança), um parceiro local da Portas Abertas.
A organização explica que aproximadamente 85 pessoas foram presas depois que um grupo armado atacou duas delegacias e causou a morte de nove pessoas (quatro policiais, dois oficiais da comunidade e três civis), no começo de junho. Outras cinco pessoas relacionadas ao ataque estão sendo procuradas.
‘Segurança em vigilância máxima’
“Certa manhã, um líder cristão saiu e ouviu um tiro. Ele viu um policial armado e forças militares em um comboio dizendo aos moradores do vilarejo para permanecerem em casa e que não saíssem”, lembrou Joshua.
Segundo ele, alguns dias depois, foram informados que a polícia capturou um homem que estava escondido na comunidade.
A segurança está em vigilância máxima e tropas militares foram encaminhadas para os vilarejos. Parceiros da Portas Abertas que moram na região não conseguem explicar o que está acontecendo e estão assustados.
Programações cristãs canceladas
De acordo com os missionários que atuam na região, todo o corpo de Cristo foi extremamente afetado: “Todas as programações, como os acampamentos de férias para as crianças, encontros de líderes de igrejas e cursos de administração financeira segundo princípios bíblicos foram canceladas”.
Joshua disse que não há como saber se membros da igreja ou líderes locais foram presos, pois a comunicação com eles está comprometida.
Com o clima tenso e o aumento da perseguição, os cristãos vietnamitas intensificaram suas orações. “A última situação semelhante a essa aconteceu em 2004, com a tentativa de minorias étnicas de conquistar independência, o que resultou em muitas restrições a longo prazo no Vietnã, além de inúmeras mortes e prisões”, relacionou Joshua ao concluir.