Mais de 40 cristãos são mortos por radicais com facões e fuzis na Nigéria

Militantes islâmicos Fulani atacaram uma área no estado de Plateau da meia noite até o amanhecer.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: quinta-feira, 18 de maio de 2023 às 12:40
Radicais Fulani atacaram uma área próxima ao Condado de Mangu. (Foto: International Christian Concern).
Radicais Fulani atacaram uma área próxima ao Condado de Mangu. (Foto: International Christian Concern).

Homens armados com fuzis AK-47 e facões mataram 42 cristãos no estado de Plateau, na Nigéria, na terça-feira (16), em mais um caso de perseguição extrema no país.

De acordo com o International Christian Concern, os terroristas – suspeitos de serem militantes islâmicos Fulani – atacaram uma área próxima ao Condado de Mangu da meia noite até o amanhecer. Eles ainda queimaram dezenas de casas.

O governador de Plateau condenou o ataque e pediu ao governo federal que ajude a combater a violência no estado.

Neste ano, o Condado de Mangu já sofreu vários ataques de militantes Fulani. Mais de 60 cristãos foram mortos na região, depois que Caleb venceu as eleições para governador em março. O político já foi presidente do governo local de Mangu.

Para Caleb, os recentes ataques se tratam de uma “limpeza étinica”. Os radicais Fulani têm como alvo as comunidades agrícolas de maioria cristã.

Nos últimos 20 anos, mais de 50 mil cristãos foram mortos e milhões foram deslocados devido a violência.

O governo de Plateau impôs um toque de recolher à população para impedir que as pessoas viajassem. Entretanto, testemunhas afirmam que os fulanis recebem um passe livre de autoridades do governo e de líderes militares, que simpatizam com os radicais.

Onda de perseguição

Líderes cristãos na Nigéria acreditam que os ataques de fulanis às comunidades cristãs no Cinturão Médio do país são motivados pelo desejo de tomar à força as terras dos cristãos e impor o Islã. 

Segundo eles, a desertificação tornou difícil para os pastores Fulani sustentarem seus rebanhos, o que tem aumentado a tensão com os agricultores cristãos pela disputa de terras.

O Grupo Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido para a Liberdade Internacional ou Crença (APPG) observou em um relatório recente que os Fulani, predominantemente muçulmanos e contando com milhões na Nigéria e no Sahel, são compostos por centenas de clãs de diferentes linhagens que não possuem visões extremistas. 

No entanto, alguns Fulani aderem à ideologia islâmica radical, conforme mencionado no relatório.

“Eles adotam uma estratégia comparável ao Boko Haram e ISWAP e demonstram uma clara intenção de atingir os cristãos e símbolos poderosos da identidade cristã”, afirma o relatório do APPG.

Na lista de observação mundial de 2023 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sexto lugar, sua classificação mais alta de todos os tempos, do 7º lugar no ano anterior.

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