Cristãos louvam a Deus dentro de igreja queimada na Nigéria

A igreja foi atacada por dois anos seguidos no período de Páscoa e este ano, se reuniram para adorar mesmo em más condições.

Fonte: Guiame, com informações do ICCAtualizado: sexta-feira, 28 de abril de 2023 às 16:08
Culto na igreja queimada por militares Fulani. (Foto: Reprodução/International Christian Concern)
Culto na igreja queimada por militares Fulani. (Foto: Reprodução/International Christian Concern)

Na Sexta-feira Santa deste ano, uma comunidade agrícola cristã no estado de Plateau, no centro-norte da Nigéria, se reuniu para adorar depois que foi atacada por militantes na Páscoa de 2021 e 2022.

Cerca de 300 cristãos estiveram presentes no culto, entre adultos, crianças e idosos. Felizmente, os militantes não visitaram a aldeia este ano. Ainda assim, a lembrança do trauma foi sentida na reunião. 

“Os militantes Fulani queimaram nossa igreja e nossas casas, incluindo a casa do pastor”, relembrou um líder da igreja após o culto da Sexta-Feira Santa.

Segundo um funcionário do International Christian Concern (ICC), que visitou a comunidade em 2021 e 2022 depois dos ataques, um pastor Fulani estava entre os mortos, sua igreja foi destruída e seu gado roubado. 

Em 2021, os agressores queimaram mais de 500 casas em um vilarejo com cerca de 2.000 cristãos. Eles foram deslocados para a cidade de Jos, como também para a área principal de Miango. 

Quando os militantes atacaram a aldeia novamente em 2022, destruíram mais casas e plantações.

“Perdemos tudo na comunidade e o governo se recusou a ajudar porque somos cristãos”, afirmou o líder da igreja.

Condições da igreja após o ataque

O funcionário local do ICC estava entre os 300 fiéis reunidos este ano. O culto foi realizado em uma igreja sem teto. 

“Às vezes adoramos na chuva. Eu sofri de pneumonia devido ao frio”, disse o pastor da igreja. 

O pastor também contraiu hepatite e não conseguiu arcar com as despesas do hospital, mesmo recebendo ajuda de amigos e familiares.

“Ainda estou em tratamento médico, mas sou apaixonado por pregar o Evangelho de Cristo”, declarou ele.

O pastor citou o texto bíblico em Marcos 15 e encorajou os membros da congregação a perdoar os agressores por causa do sacrifício de Cristo por seus pecados.

Uma mulher líder da igreja contou ao ICC que depois dos ataques, o número de membros diminuiu e as contribuições financeiras foram afetadas.

A igreja precisa de ajuda para fazer reparos no telhado, reconstruir a casa do pastor e capacitar as mulheres da aldeia. 

“Enfrentamos constantes ameaças às nossas vidas, mesmo enquanto o gado Fulani pasta em nossas fazendas e destrói nossas plantações”, disse ela, referindo-se à tensão entre a comunidade agrícola local e os criadores de gado da área.

Militantes atacaram mais de 45 comunidades cristãs agrícolas na Rigwe, em Plateau, nos últimos anos e destruíram muitos edifícios, incluindo 13 igrejas do condado de Miango. 

Esses ataques costumam acontecer à noite, mas durante o dia, eles perseguem os cristãos enquanto os agricultores viajam para suas fazendas ou igrejas.

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