Estima-se que 34.000 cristãos fugiram da Coreia do Norte para a Coreia do Sul em busca de liberdade religiosa.
Ji Seong-Ho é um desses refugiados, que atualmente faz parte do parlamento da Coreia do Sul, e é o alvo número um do regime norte-coreano.
“Minha esperança como membro da Assembleia Nacional é que o regime norte-coreano desapareça para que o povo possa desfrutar da liberdade e acreditar em Deus”, disse à CBN News.
“Quero me dedicar à criação dessa liberdade e unidade”, acrescentou ele.
Seong-Ho contou que foi uma criança sem-teto, mas sobreviveu enquanto milhões morreram de fome.
Aos 14 anos, ele perdeu a perna e a mão em um acidente. Após 10 anos ele fugiu do país.
“Eu escapei da Coreia do Norte sem a perna esquerda e sem a mão esquerda. Nadei pelo rio Tumen para evitar os soldados norte-coreanos. Caminhei 6.000 quilômetros até a China, Laos, Myanmar e Tailândia, China, e dei meia-volta para percorrer 10.000 quilômetros até a Coreia do Sul”, relembrou ele.
E continuou: “O fato de ter chegado à liberdade de muletas tornou o mundo inteiro consciente de quão forte é a vontade dos seres humanos pela liberdade”.
Alvo número um dos norte-coreanos
Na China, Seong-Ho ouviu o Evangelho e se tornou cristão, quando ele chegou à Coreia do Sul, “foi como um sonho”.
“Tudo o que pensei, sonhei e orei tornou-se realidade. Eu pude andar pelo mundo mais uma vez. Quando vim para a Coreia do Sul, o governo me deu uma nova prótese de perna e braço, então pude andar novamente”, afirmou ele.
Em 2018, o ex-presidente Trump homenageou Seong-Ho durante o discurso do Estado da União. No entanto, devido a sua ascensão, a Coreia do Norte o nomeou seu alvo número um.
Ele informou que os países devem pressionar a China a não enviar os refugiados de volta à Coreia do Norte, onde enfrentam a morte ou a vida como prisioneiros políticos.
“As pessoas presas em campos de prisioneiros políticos norte-coreanos são tratadas como animais, não como pessoas. E todos na Coreia do Norte estão bem cientes disso”, explicou ele.
Em prol da liberdade
Seong-Ho agora atua como defensor dos direitos humanos e dos 34.000 refugiados da Coreia do Norte.
“Meu desejo é que os norte-coreanos tenham o direito de viver em liberdade”, contou ele.
E continuou: “E aqueles que vivem em uma democracia têm a responsabilidade de salvar aqueles que estão presos e morrendo. Eles têm a responsabilidade de garantir que mesmo aqueles que estão morrendo de fome vivam e desfrutem da liberdade de que desfrutamos”.
Segundo a CBN News, Seong-Ho acredita que a reconciliação entre as Coreias é possível:
“Não acho que seja impossível. Porque está claro que a Coreia do Norte é uma ditadura. Não conheço nenhuma ditadura na história que tenha durado para sempre. Além disso, tenho a ideia de que a política deve ser realizada a partir de uma perspectiva de longo prazo, para que a democracia e o Evangelho possam ser pregados aos norte-coreanos e a integração possa ser alcançada após a unificação”, explicou ele.
Ele concluiu pedindo aos cristãos de todo o mundo que orem: “Ore para que o regime norte-coreano seja derrubado. Para que haja unidade e para que o povo possa ser integrado a uma democracia liberal”.