POPULAÇÃO: 34,7 milhões
CRISTÃOS: 1,2 milhão
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, judaísmo, hinduísmo, budismo e siquismo
GOVERNO: Monarquia absolutista
LÍDER: Rei Salman bin Abdulaziz Al Saud
POSIÇÃO: 14º na Lista Mundial da Perseguição
O Reino da Arábia Saudita, como é conhecido oficialmente, é considerado o segundo maior país árabe do mundo. O governo saudita se descreve como islâmico e costuma ser reconhecido como “Terra das Duas Mesquitas Sagradas” por conta das mesquitas em Meca e Medina, os dois lugares mais sagrados para os islâmicos.
Nesse cenário, expõe também sua riqueza possuindo a segunda maior reserva de petróleo e a sexta maior reserva de gás natural do mundo. Por ser o maior exportador mundial de petróleo, o país garantiu sua posição como um dos mais poderosos, além de ser classificado como potência regional.
A tudo isso, porém, os sauditas agradecem ao deus Alá. Se qualquer cidadão atribuir as bênçãos ao Deus do cristianismo ou a Jesus Cristo, será rejeitado violentamente. Como disse Jamila, uma cristã perseguida que vive nessa nação: “Se eu acreditar que Jesus é Deus, eles vão me matar”. Abandonar o islã é um dos maiores pecados que um muçulmano pode cometer.
O nível de perseguição aos cristãos na Arábia Saudita
Ocupando o 14º lugar na Lista Mundial da Perseguição, a Arábia Saudita mantém rígidas normas islâmicas. Os poucos cristãos sauditas de origem muçulmana enfrentam mais pressão que os demais, por terem traído a fé nacional.
Os muçulmanos expatriados que se convertem à fé cristã também enfrentam forte perseguição, provavelmente semelhante aos níveis que teriam experimentado no país de origem.
Seja saudita ou não, a maioria dos cristãos ex-muçulmanos é forçada a praticar a fé em segredo. Para se ter ideia do nível de perseguição, uma simples reunião entre cristãos pode ser vista como um desacato à lei e acarretar em detenção e deportação.
No entanto, o pequeno número de cristãos sauditas tem aumentado lentamente e eles estão se tornando mais ousados, compartilhando a fé com outras pessoas na internet e em canais de TV cristãos por satélite. Tal ação pública gerou sérias repercussões por parte de famílias e autoridades sauditas.
Situação das mulheres cristãs sauditas
As consequências da conversão do islamismo ao cristianismo são sentidas de forma mais aguda por mulheres e meninas, refletindo seu status na sociedade saudita. Devido à natureza estrita da sociedade islâmica, na qual as mulheres são subordinadas aos homens, elas estão sob constante e rigorosa vigilância.
Se a nova fé for descoberta, elas correm o risco de violência física, assédio verbal, prisão domiciliar e casamento forçado com um muçulmano conservador como uma medida “corretiva”. Às vezes, elas podem se tornar a segunda esposa. Em tais casamentos, as mulheres tendem a sofrer abusos sexuais e psicológicos.
Fora do contexto do casamento, fontes relatam que casos de abuso e agressão sexual são comuns em toda a Arábia Saudita para as milhares de empregadas domésticas não sauditas, especialmente asiáticas e africanas.
Essa realidade acontece em todo o país com as que são cristãs ou não muçulmanas, posição em que elas são comumente abusadas e praticamente tratadas como escravas. Isso reflete a posição subordinada das mulheres na sociedade saudita e seu status desprotegido quando estão sozinhas ou quando trabalham fora de casa.
Como vivem os homens cristãos na Arábia Saudita
Qualquer desvio do comportamento padrão é rapidamente observado. Os homens cristãos sauditas pagam um preço considerável se a fé for descoberta. Eles correm o risco de sofrer vergonha pública, violência física, abuso emocional e ameaças, inclusive ameaças à vida, e perder todas as formas de ajuda e acesso à vida em comunidade.
Os ex-muçulmanos recebem incentivos materiais na esperança de que retornem ao islã e revoguem a vergonha que a conversão trouxe à família. Se ficar claro que um convertido não mudará, entretanto, a ameaça de morte é muito real.
Quando são presos, as famílias são afetadas financeiramente, uma vez que os homens são, em geral, os provedores. Dadas essas pressões, e o impacto que causariam na família, a maioria dos ex-muçulmanos escolhe viver como cristãos secretos, o que significa nem mesmo contar aos próprios filhos sobre a fé, por medo de que parentes ou funcionários da escola descubram que eles deixaram o islã.