POPULAÇÃO: 5,4 milhões
CRISTÃOS: 2,5 milhões
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo
GOVERNO: República presidencialista
LÍDER: Isaias Afewerki
POSIÇÃO: 6º na Lista Mundial da Perseguição
A Eritreia é um país multiétnico que fica no Chifre da África. O presidente Isaias Afewerki está no governo desde a independência da nação, em 1993. Sua Frente Popular para a Democracia e a Justiça (PFDJ) é o único partido político, e enfrenta uma forte pressão da comunidade internacional devido a seu histórico de desrespeito aos direitos humanos.
A Comissão de Inquérito da ONU afirmou que o governo do país tem cometido crimes contra a humanidade por mais de 25 anos. O país também é classificado como tendo a segunda menor liberdade de imprensa, ficando atrás somente da Coreia do Norte. Todas as mídias locais da Eritreia são de propriedade estatal.
O islã e o cristianismo são as duas religiões predominantes, mas não existe condição alguma de seguir a Cristo livremente naquele país. A Eritreia é um dos piores lugares do mundo para um cristão viver. A perseguição acontece em nível extremo e em todas as áreas da vida.
Realidade dos cristãos na Eritreia
Há centenas de cristãos em prisões, e eles são mantidos pelo governo sob péssimas condições. Muitos chegam a ser presos em contêineres em temperaturas escaldantes. Alguns já estão presos há mais de dez anos.
Os principais motivos para a perseguição são a opressão islâmica, paranoia ditatorial, protecionismo denominacional, corrupção e crime organizado. Os cristãos de denominações não tradicionais enfrentam perseguição mais dura, tanto do governo como da Igreja Ortodoxa Eritreia, que é a única denominação cristã reconhecida pelo governo e rigidamente controlada pelas autoridades.
As forças de segurança do governo monitoram ligações, examinam atividades e conduzem incontáveis ataques que visam cristãos. Eles também apreendem materiais cristãos e danificam igrejas domésticas.
Os cristãos podem ser presos e encarcerados sem julgamento. Muitos familiares ficam sem saber onde eles estão ou se ainda estão vivos. Em junho de 2020, a ONU informou que não houve progresso significativo no que diz respeito às violações dos direitos humanos na Eritreia.
“Na prisão, um dos meus principais objetivos como cristão era evangelizar. Claro, é proibido fazer isso abertamente, mas fazíamos à noite, quando todos estavam dormindo. Muitas pessoas na prisão passam por diferentes frustrações e depressão. Por isso, elas amaram o que ensinamos e compartilhamos. Vimos muitas conversões e isso prova que o evangelho não pode ser acorrentado!”, disse Musse, um cristão que passou anos na prisão e compartilhou o evangelho com outros detentos.
A vida de homens e mulheres que seguem a Cristo
Ao contrário de muitos países, as mulheres na Eritreia estão sujeitas ao serviço militar obrigatório. Mulheres cristãs recrutadas são particularmente vulneráveis à violência de gênero, enquanto mulheres cristãs detidas ou presas enfrentam agressões de guardas prisionais.
Nas áreas rurais do país, o rapto e o casamento forçado ainda prevalecem. Se um muçulmano sequestra uma mulher cristã, ela será convertida à força. Além disso, não há legislação que trate especificamente da violência doméstica, então as mulheres convertidas muitas vezes enfrentam abusos físicos, prisão domiciliar, ameaça de serem denunciadas ao governo, perda da guarda dos filhos e divórcio forçado.
Já para os homens cristãos, que normalmente ocupam cargos de liderança nas igrejas não registradas, quando são presos enfraquecem a comunidade cristã. Além disso, com a prisão há sérios problemas econômicos para a família, como uma infância instável para os filhos e um medo constante, já que os homens são considerados os provedores e protetores do lar.