Após permanecer detido durante seis dias por pregar o Evangelho na cidade de Berlim, estado de Chiapas, o pastor Gilberto Díaz Pérez foi solto.
O anúncio da libertação foi feito por sua igreja, a Presbiteriana Nacional do México, em nota no Facebook, no último domingo (27).
Enquanto esteve na prisão em condições de vulnerabilidade, o pastor presbiteriano foi amarrado, sofreu tortura, fome e também foi ameaçado de ser queimado vivo.
Segundo a Igreja Presbiteriana Nacional do México, Gilberto foi libertado depois que quatro cristãos se submeteram à prisão em troca de sua liberdade. Entre eles a sua esposa, Monica Gómez Díaz.
No Facebook, a igreja divulgou os nomes dos outros corajosos crentes: Irma Gonzalez Ruiz, Patricio González Ruiz e Bartolo Diaz Hernández.
“As negociações e reivindicações de justiça por parte de representantes da nossa igreja e conselheiros jurídicos não foram favoráveis à solução deste atropelamento à liberdade religiosa”, afirmou a igreja, na postagem.
E continuou: “As autoridades comunais de Berlim, em Simojovel, Chiapas, tomando como pretexto os ‘usos e costumes’, violentaram e amedrontavam estes membros da Igreja Nacional Presbiteriana, lhes negando o direito que todos os mexicanos deveriam ter de professar a nossa fé em Jesus Cristo, com absoluta liberdade em qualquer região deste país”.
Apelações jurídicas
Líderes presbiterianos no México solicitaram a intervenção das autoridades governamentais para que Gilberto pudesse ser solto.
“Desde a denúncia deste caso, a diretiva da Respetable Asamblea General (RAG) em coordenação com os órgãos governamentais envolvidos, acionaram um processo de apoio às vítimas, reivindicação de justiça e pacificação”, informou a igreja.
A instituição relatou que certos detalhes foram mantidos em segredo para proteger Gilberto: “Neste momento, duas comissões coordenadas da RAG, uma jurídica e outra eclesiástica trabalham para resolver o caso”, afirmou.
O artigo 24º da Constituição Mexicana afirma: “Todas as pessoas têm direito à liberdade de convicções éticas, de consciência e de religião e a ter ou adotar, se for caso disso, a do seu agrado. Esta liberdade inclui o direito de participar individual ou coletivamente, tanto em público como em privado, em cerimônias, devoções ou atos do culto respectivo”.
No entanto, no México, estas garantias não se aplicam da mesma forma para todos os mexicanos.
Orações pela liberdade dos cristãos
Líderes da igreja agradeceram as orações pelos cristãos perseguidos e membros de sua congregação que foram detidos pelas autoridades do país.
Eles citaram o texto bíblico em 2 Coríntios 10:4-5, que diz: “As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”.
“Como cristãos temos que estar preparados para enfrentar oposição e desprezo por causa da fé em Cristo, mas não nos calaremos diante da injustiça e da opressão, antes abraçaremos a cruz de Cristo em devoção e lealdade ao Rei dos reis e afirmamos a fraternidade e comunhão que como crentes temos no Evangelho do grande pastor das ovelhas”, disseram eles.
“Os ataques à igreja e a tribulação só produzirão nos crentes fervor e unidade. Perante a hostilidade do mundo afirmaremos ‘a comunhão dos santos’ e teremos esperança na ‘vida duradoura’", acrescentaram eles.
Liberdade dos crentes
Após as orações e as batalhas jurídicas, o pastor e os cristãos, que foram trocados por ele, foram soltos. O perfil da igreja no Facebook anunciou:
“Livres, salvos, firmes e avantes. Graças ao Senhor por ter manifestado a sua justiça após a libertação dos nossos irmãos Gilberto Dias Perez, Monica Gómez Díaz, Irma González Ruiz, Bartolo Díaz Hernández e Patricio González Ruiz, que sofreram abnegadamente pela sua fé em Cristo”.
Segundo o portal de notícias Alianza de Comunicadores Cristianos, a saúde de Gilberto está prejudicada e ele está recebendo cuidados médicos devido à falta de alimentos e às condições desumanas em que viveu na prisão.
Há cerca de um ano, o pastor, junto com sua família, prega o Evangelho em Chiapas, uma área com 300 habitantes, “onde a intolerância religiosa é constantemente vivenciada”.
A Igreja Presbiteriana Nacional do México encorajou os fiés a continuar orando pelos cristãos — que em diversas partes do México e do mundo — vivenciam situações de perseguição, tortura, prisão injusta e ameaça de morte.
Eles citaram a passagem bíblica em 1 Pedro 4:16: “Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome”.
“Oremos para que a igreja de Cristo prevaleça em esperança e fidelidade apesar da perseguição, hostilidade e ataque dos seus adversários”, concluíram.