Um pastor norte-americano teve que negociar com contrabandistas para conseguir salvar centenas de vidas de escravas sexuais do Estado Islâmico.
Bill Devlin, que é pastor da Igreja 'Infinity Bible', no Bronx, em Nova York, tomou como sua missão pessoal, o resgate de mulheres e crianças que haviam se tornado escravas sexuais do Estado Islâmico (ISIS), de acordo com o site 'Christian Post'.
Nos últimos anos, Devlin visitou o Iraque muitas vezes para ajudar refugiados iraquianos, que haviam sido expulsos de suas próprias casas por terroristas do Estado Islâmico.
No ano passado, como parte de sua missão, ele se associou uma rede clandestina de resgate de reféns que estão sob domínio de grupos como o Estado Islâmico. Em abril de 2016, ele voou para o Iraque e doou mais de 1.500 dólares para ajudar um marido e seu filho Yazidi para pagar ajudar sua esposa e mãe a escapar do cativeiro do grupo terrorista.
Ele voltou aos Estados Unidos depois disso, mas voltou ao Iraque em agosto e em dezembro de 2916, doando dinheiro, novamente para ajudar outras duas famílias a pagar pelo resgate de seus entes queridos, que estavam sob domínio do grupo terrorista.
Devlin disse que mais três meninas escravizadas foram resgatadas com seu apoio financeiro.
Essa rede clandestina resgatou até agora mais de 200 crianças e mulheres (cristãs e Yazidis) do cativeiro do Estado Islâmico.
Devlin disse que a compaixão pelos companheiros que enfrentam circunstâncias terríveis o obrigou a tomar uma medida tão drástica.
"Minha motivação veio quando eu pensei que tenho três filhas minhas. Então imaginei que se elas fossem prisioneiras de uma organização terrorista e eu me aproximasse de alguém e dissesse que estou resgatando garotas, eu gostaria que essa pessoa me dissesse: 'Eu me juntarei a você", contou o pastor ao 'Christian Post'.
O pastor disse que tem conseguido o apoio de mantenedores americanos, que estão dispostos a doar as quantias necessárias para ajudar as famílias iraquianas a pagar pelo resgate de seus entes queridos.
Devlin deixou claro que a rede não está pagando resgate ao Estado Islâmico e explicou que o dinheiro é usado apenas para pagar apenas os homens que se arriscam para resgatar os reféns do grupo terrorista.
Grupos de resgate
Em janeiro, o jornal 'The Independent' informou que uma rede secreta tem operado no Iraque e na Síria, libertando mais de 3.000 mulheres Yazidi, que eram mantidas em cativeiro pelo Estado Islâmico.
A rede foi criada por civis curdos e cristãos, juntamente com outras minorias étnicas e famílias das vítimas, de acordo com a ONG 'Yazda'.
"Este é um grupo formado por todas as etnias que estão trabalhando na região. Sei de mais de cinco grupos diferentes que estão colaborando, alguns estão resgatando em Mosul, outros em Raqqa. Cada grupo está trabalhando em diferentes lugares", disse o diretor da Yazda, Ahmed Burjus ao 'The Independent'.
Em agosto de 2015, a CBN News informou sobre outro grupo não oficial de resgate, chamado 'Liberation of Christian e Yazidi Children of Iraq'. Ele é liderado por um homem judeu do Canadá, chamado Steve Maman que disse que ele foi inspirado por Oskar Schindler, o empresário alemão que salvou mais de 1.200 judeus dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Maman havia resgatado quase 130 vítimas de escravidão quando suas façanhas foram relatadas.