Vizinhos expulsam 30 cristãos de suas casas no México

O protestantismo é uma religião minoritária no México. Nas áreas rurais onde vemos a perseguição, muitos vilarejos são dominados pelos adeptos ao catolicismo sincretista — religião formada por componentes do catolicismo e das crenças indígenas.

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 8 de janeiro de 2016 às 18:57
O protestantismo é uma religião minoritária no México. (Foto: Reprodução/Crux Now)
O protestantismo é uma religião minoritária no México. (Foto: Reprodução/Crux Now)

Armados, moradores de um vilarejo no México invadiram e destruíram as casas cristãos evangélicos na última segunda-feira (4). O caso, que aconteceu na aldeia de Leyva Velazques, em Chiapas, marca o mais recente indício da perseguição religiosa que acontece no país.

As entradas para o vilarejo foram bloqueadas pelos moradores, que forçaram os protestantes a fugir para as montanhas próximas. Além disso, os cristãos foram impedidos de procurar ajuda na vila vizinha, relatou Jorge Galindo Lee, diretor da organização Impulso 18.

Dois homens estão sendo investigados por serem os responsáveis por incitar a violência: Jimenez Hernandez, comissário da comunidade e Francisco Jimenez Santiz, agente municipal.

Este não foi um caso isolado no vilarejo. De acordo com a organização International Christian Concern (ICC), sete evangélicos foram presos por se recusarem a renunciar sua fé em dezembro de 2015.

O protestantismo é uma religião minoritária no México e "nas áreas rurais onde vemos a perseguição, muitos vilarejos e seus conselhos são dominados pelos adeptos ao catolicismo sincretista", explica o gerente jurídico do ICC, Lance Nathaniel.

O catolicismo sincretista é uma religião formada por componentes do catolicismo e das crenças indígenas com seus rituais.

As vítimas de perseguição estão "à margem da sociedade mexicana", denuncia Lance. “Não fluentes em espanhol, rurais, cristãos protestantes e que não têm acesso aos recursos financeiros, legais ou políticos necessários para acabar com a perseguição que eles sofrem."

Diante da negligência do governo em relação aos casos de perseguição religiosa, é provável que a situação permaneça a mesma no país, afirma Lance.

Ainda que a constituição do México proteja a liberdade de culto, o governo usa a Lei de Usos e Costumes — que afirma que a cultura indígena e os costumes devem ser protegido — como uma desculpa para não agir.

"Eles usam isso para dizer que a perseguição nessas áreas são parte da cultura indígena", disse Lance."Há pouca atenção por parte da mídia e do governo em relação a esses casos, tanto a nível internacional e como no México. Aumentar a conscientização sobre a perseguição é vital."

Dimensão

A equipe do ICC visitou o México no ano passado e conclui que, de acordo com estimativas, mais de 70 casos de perseguição religiosa contra comunidades cristãs minoritárias estavam em aberto, com 20 a 100 vítimas em cada nos estados de Chiapas, Hidalgo, Oaxaca, Puebla e Guerrero.

A perseguição, muitas vezes, começa com "desacordos financeiros, onde os líderes da aldeia querem que os protestantes paguem pela realização de suas festas religiosas e outros artefatos usados em rituais católicos sincretistas", disse Lance.

A recusa dos cristãos em pagar tais taxas resultam em uma intensa hostilidade por parte dos moradores. “Tentativas de conversão forçada, detenções, expulsões de casa forçadas, incêndio nas casas e ameaças violentas", pontua o advogado.

É importante notar que a comunidade protestante não é a única vítima de perseguição no México. Em 2014, mais padres católicos foram mortos no México do que em qualquer outro lugar no mundo — nesse caso, a violência é relacionada ao cartel de tráfico.

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