México: 150 evangélicos são deslocados à força por recusarem acordo ilegal

O grupo, com crianças e bebês, decidiram não assinar o documento que retirava sua liberdade religiosa.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: segunda-feira, 20 de maio de 2024 às 19:55
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Narciso Arellano).
Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Narciso Arellano).

Mais de 150 evangélicos foram expulsos de suas casas no México, após recusarem um acordo ilegal da prefeitura da aldeia de Huejutla de los Reyes.

De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW), uma organização que apoia cristãos perseguidos, os membros da Igreja Batista Grande Comissão foram deslocados à força em 26 de abril. O grupo de desabrigados inclui 75 crianças e bebês.

Durante uma coletiva de imprensa nesta semana, o pastor Rogelio Hernández Baltazar e o líder da igreja Nicolás Hernández Solórzano anunciaram que os cristãos não assinariam o acordo do governo municipal.

O tratado dava permissão às autoridades locais de multar em cerca de 9 mil dólares os moradores evangélicos, proibir o regresso de três famílias e impor severas restrições à liberdade de religião de famílias que regressassem à comunidade.

Logo após serem deslocados pelas autoridades, o grupo encontrou abrigo no prédio da Presidência Municipal e depois foram transferidos para outro local.

Porém, a prefeitura deixou de fornecer ajuda emergencial e os evangélicos acabaram dependentes da ajuda de igrejas locais.

“A posição do Governo Municipal de Huejutla de los Reyes é indefensável”, declarou a Chefe de Advocacia da CSW, Anna Lee Stangl. 

“Ao promoverem este acordo ilegal, tornam-se cúmplices das contínuas e flagrantes violações da liberdade de religião em Coamila e Rancho Nuevo. Isto é inaceitável num país democrático como o México, que garante a liberdade de religião ou crença para todos na sua constituição e nas convenções internacionais de direitos humanos das quais é parte”, acrescentou.

Perseguição no México

Acordos extralegais, como o proposto ao grupo deslocado, são usados ​​no México com frequência, no lugar de propostas judiciais legais. 

Em Janeiro de 2020, famílias evangélicas em Huejutla de los Reyes foram forçadas a assinar um acordo do governo, renunciando ao seu direito de realizar cultos, sob a ameaça de serem excluídas dos serviços essenciais, como água e luz.

A perseguição contra a minoria evangélica tem sido comum na região desde 2015, incluindo as aldeias vizinhas de Coamila e Rancho Nuevo.

No país, os cristãos enfrentam a corrupção e a intolerância secular. Quem segue a Cristo é visto como uma pessoa fanática. 

Nas comunidades indígenas, quem decide abandonar as crenças religiosas da comunidade enfrenta rejeição e punição na forma de multas, encarceramento ou deslocamento forçado.

O México ocupa a 37° posição na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.

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