Após inaugurarem templo evangélico, policiais do Bope querem aulas de teologia

O pastor Antônio Carlos Costa confirmou a informação em uma publicação do Facebook e disse que as aulas devem começar em breve.

Fonte: GuiameAtualizado: domingo, 11 de junho de 2017 às 10:19
Evangélicos celebram culto no salão de conferências do Bope, externo ao novo templo. (Foto: Facebook)
Evangélicos celebram culto no salão de conferências do Bope, externo ao novo templo. (Foto: Facebook)

A inauguração de um templo evangélico dentro da sede Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro, tem movimentado o local nos últimos dias, devido à realização frequente dos cultos, que recebem não apenas policiais, mas também moradores das comunidades próximas.

Convidado para pregar no culto de inauguração do templo, o pastor Antônio Carlos Costa elogiou a iniciativa dos policiais, que estão vendo na nova igreja, mais uma oportunidade de interagir de forma saudável com a comunidade.

O pastor disse que se sentiu honrado em participar daquele momento e também revelou que os policiais lhe pediram que ele dê aulas de teologia no local.

"Fica aqui o registro da minha gratidão. Esses policiais revelaram grande ausência de preconceito ao convidarem um militante dos direitos humanos para ser o preletor numa data tão solene. Senti-me muito honrado", afirmou.

"Como se não bastasse isso, eles ainda me pediram para dar início a um curso de teologia no novo templo. Em breve, começaremos as aulas", acrescentou.


Direitos Humanos
Pastor Antônio Carlos é o fundador da ONG Rio de Paz e já lançou diversas ações de combate à violência - sobretudo contra casos polêmicos que envolviam ações indevidas da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Porém ele destacou que isso não o coloca em um lado oposto da polícia nesta guerra.

"Direitos humanos não têm lado. É isso que temos procurado semear como valor inegociável. Todos conhecem nosso compromisso com a causa do pobre e a consequente luta para que o morador de favela tenha seus direitos respeitados. Não vemos incompatibilidade, contudo, entre esse tipo de manifestação pública e as mais de 10 ocasiões nas quais fomos às ruas protestar contra a morte de policiais e lutar pelos seus direitos", disse.

Antônio Carlos também ressaltou que a luta pelos direitos humanos também envolve o combate à violência.

"Lutamos pela vida e pela paz. Odiamos ver gente tendo a vida interrompida pelo crime e ansiamos por construir pontes entre os seres humanos", disse. "Repito, a real defesa dos direitos humanos pressupõe a não exclusão de nenhum humano".

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