Auxiliar de expedição, Izael de Lima, 23 anos, tomava banho por volta das 18h30, no retorno do trabalho, quando o banheiro foi invadido por uma Parati, da Volkswagen. O carro voou da rua Basto, antiga Travessa 1, para o telhado de sua casa, na rua da Mina. E ali ficou pendurado, sem ferir ninguém.
O evangélico Izael até teve pequenos cortes nas pernas, por estilhaço das telhas Brasilit. Foi pouco perto do susto: "Seriam mais de mil quilos na minha cabeça. Mas o carro parou, faltando só um bloco para me atingir", contou o jovem, que viu a mão de Deus se fazer presente na esquecida periferia de Jundiaí terça-feira (24) à noite.
"Agora, que a prefeitura também se faça presente aqui no bairro e nos dê mais proteção", reivindicou, sobre a instalação de um guard rail no local do acidente, uma curva de alta velocidade e muito íngreme.
O voo da Parati de uns 8 metros de altura causou um alvoroço nessa ligação entre o Núcleo Balsan e a Baixada Paraense. Pelo menos dez viaturas entre PM, Samu e Bombeiros foram deslocadas. Dezenas de curiosos foram atraídos pelo inusitado acontecimento.
Izael conta que seus pais, dona Maria e seu Raimundo, estavam do lado do fora da casa e imaginaram o pior com o estrondo. "Mas agora está tudo tranquilo, estamos bem", disse o rapaz, ainda sem camisa e rodeado por vizinhos que queriam mais detalhes sobre o "milagre".
Ninguém sabia ao certo como o motorista foi perder o controle e cair de ré na casa se o carro tivesse "mergulhado" seria um pouco menos improvável a cena.
Motorista pula muros e some
A Parati desgovernada tinha três pessoas dentro. Duas delas circulavam pela rua Basto e não quiseram atendimento do Samu. O motorista desapareceu.
"A porta abriu e ele caiu de cabeça no banheiro. Fiquei assustado e o ajudei a se levantar. Mas ele saiu correndo e foi pulando muros até desaparecer", conta Izael.
Um dos passageiros disse para a reportagem que "é isso o que acontece quando a gente anda com piloto paia". Ele fazia referência ao despreparo do condutor.
Vizinhos e amigos de Izael chegaram a sugerir que os dois passageiros passassem por exame de dosagem alcoólica, o que foi descartado pela PM.
"Diga com quem andas que te direi quem és", protestou um morador. "Quando vi a agitação toda, pensei o pior para meus filhos", contou. "Nesse pedaço aqui a gente não tem paz nunca."