Comediante denuncia silêncio sobre genocídio de cristãos na Nigéria: ‘Cadê os protestos?’

Bill Maher denunciou a perseguição religiosa na Nigéria destacando: “Estão literalmente tentando exterminar a população cristã de um país inteiro”.

Fonte: Guiame, com informações de Christian DailyAtualizado: terça-feira, 30 de setembro de 2025 às 11:59
Bill Maher. (Foto: Reprodução/YouTube/Real Time with Bill Maher)
Bill Maher. (Foto: Reprodução/YouTube/Real Time with Bill Maher)

Após a repercussão de um relatório que denuncia o assassinato de mais de 7 mil cristãos na Nigéria desde o início de 2025, o comediante e apresentador americano Bill Maher denunciou a violência contínua contra fiéis no país.

Na sexta-feira (26), Bill abordou o assunto em seu programa “Real Time with Bill Maher”, conhecido pelos debates improvisados com convidados de diferentes espectros políticos.

Na ocasião, a deputada Nancy Mace, republicana da Carolina do Sul, elogiou a iniciativa e agradeceu a Bill por abordar o tema, criticando a falta de cobertura da mídia sobre a tragédia.

“Nigéria, o fato de essa questão não ter chegado ao conhecimento das pessoas é impressionante. Se você não sabe o que está acontecendo na Nigéria, suas fontes são péssimas. Você está em uma bolha”, declarou Bill.

E continuou: “Não sou cristão, mas eles estão matando sistematicamente os fiéis na Nigéria. Já mataram mais de cem mil desde 2009. Queimaram 18.000 igrejas. Esses são os islâmicos, o Boko Haram”. 

Além de denunciar a falta de cobertura da grande mídia sobre a perseguição aos cristãos no país, Bill destacou a ausência de protestos públicos nos Estados Unidos:

“Isso é uma tentativa de genocídio muito maior do que o que está acontecendo em Gaza. Eles estão literalmente tentando exterminar a população cristã de um país inteiro. Onde estão os jovens protestando contra isso?”.

A perseguição religiosa no país

O relatório da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety) aponta mais de 7.000 cristãos assassinados nos primeiros 220 dias de 2025, na Nigéria.

Esses números representam uma média alarmante de 35 mortes por dia, segundo dados recentes publicados pela ONG de direitos humanos, repercutido pela Newsweek.

A Nigéria se tornou o principal epicentro da perseguição religiosa, concentrando, segundo a organização Portas Abertas, mais mortes de cristãos por sua fé do que o restante do mundo somado.

De acordo com a Intersociety, desde 2009 a violência já deslocou ao menos 12 milhões de cristãos. Foi nesse ano que o Boko Haram iniciou sua insurgência para instaurar um califado na Nigéria e em outras regiões do Sahel.

Nos 16 anos seguintes, a Intersociety estima que a violência tenha causado 189 mil mortes de civis, entre eles cerca de 125 mil cristãos e 60 mil muçulmanos não radicais.

Apesar de a Nigéria garantir, em lei, mais liberdade religiosa que outros países da lista de observação da Portas Abertas, “a maior ameaça vem de militantes islâmicos que buscam eliminar o cristianismo e os cristãos da região”, alerta a organização.

A Nigéria ocupa o 7° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas, que reúne os países onde é mais difícil ser cristão. O levantamento mostra que, dos 4.476 cristãos mortos por sua fé em todo o mundo no período analisado, 3.100 (69%) foram assassinados na Nigéria.

De acordo com o relatório, “a medida da violência anticristã no país já está no máximo possível”, conforme a metodologia da pesquisa.

Na região centro-norte, onde há maior concentração de cristãos, milícias extremistas Fulani atacam comunidades agrícolas, resultando em centenas de mortes. No norte, terroristas jihadistas como Boko Haram e Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP) ampliam a violência com invasões, sequestros, estupros e assassinatos, sobretudo em áreas com baixa presença do governo federal.

O documento também alerta sobre o avanço da violência no sul do país e o surgimento do grupo terrorista jihadista Lakurawa, ativo no noroeste. Com armamento sofisticado, estão ligados à rede Al-Qaeda por meio da insurgência Jama’a Nusrat ul-Islam wa al-Muslimin (JNIM), originária do Mali.

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