"Devemos ser ousados em nossa fé", declarou representante democrata nos EUA

Sheila Jackson Lee (Texas) criticou a afirmação de que o Partido Republicano é o único partido inclinado a agir motivado pela fé no Congresso e afirmou que o entendimento da "fé na América" precisa ser ampliado.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 30 de janeiro de 2015 às 13:02

O Seminário da União Teólogica, sediado em Nova York, levou pela primeira vez a "Orientação Congressional da Fé", a Capitol Hill, na última terça-feira. A sessão contou com a participação de cinco membros do Congresso democrata que abordaram o papel da religião e da fé na determinação de como eles votam nas políticas públicas.

Embora seja uma noção generalizada de que o Partido Republicano tem mais dívida com a fé e a religião, quando se trata de integrá-los nas decisões de política pública federal, os membros do painel democrata discutiram como suas próprias crenças religiosas os levaram a apoiar itens de política como o bem-estar assistêncial, o financiamento público para o "Planejamento Familiar" e a reforma da justiça penal.

Os representantes de diversos estados no 18º Distrito do Congresso Nacional dos EUA, como Sheila Jackson Lee (Texas), Emanuel Cleaver (Missouri) e James Clyburn (Carolina do Sul), afirmaram que o chamado bíblico para "alimentar" e "vestir" os necessitados, tem influenciado sua defesa contínua de assistência social em programas como o de vale-refeição, nos quais os republicanos, tentaram fazer cortes significativos no passado.

Lee criticou a afirmação de que o Partido Republicano é o único partido inclinado a agir motivado pela fé no Congresso. Ela afirmou que o entendimento da "fé na América" precisa ser ampliado e mais tolerante para incluir os pontos de vista de outras crenças religiosas e até mesmo a falta de crença religiosa.

"Eu acho que a fé passa por nossa corrente sanguínea e se estamos falando aos nossos políticos no coletivo eu não quero um partido para reivindicar os direitos da Primeira Emenda: A liberdade de religião", explicou ela. "Nós, como democratas ... devemos ser ousados em nossa fé. Devemos estar bem visíveis. Não devemos ser opressivos. Nós [devemos] começar a tão bem citar as escrituras em torno da política, para que os norte-americanos saibam que eles têm escolhas".

"[Eles podem decididir] se querem cortar 40 milhões de dólares [do vale-refeição], mas eles não têm escolhas sobre confinar um grupo de não-crentes contra um grupo de crentes", acrescentou ela.

Cleaver, que citou Mateus 25 em sua explicação de como a Bíblia exorta as pessoas a atenderem aos pobres, disse que o chamado bíblico para a caridade é indiscutível e, por isso que é imperativo ao governo fornecer às mulheres pobres os serviços de planejamento familiar e clínica de que necessitam, através do financiamento público sobre o "Planejamento Familiar", incluindo a realização de abortos.

O "Planejamento Familiar" recebe mais de 500 milhões de dólares por ano do governo federal, e mais de 94% das mulheres grávidas que utilizam os seus serviços optam pelo aborto. Cleaver criticou a oposição ao financiamento deste "Planejamento", à qual chamou de "conservadora".

"Quando você debate a destinação ao Planajemanto Familiar, o debate sobre o piso vai girar em torno do aborto, apesar do fato de que o aborto não está no Projeto de Lei e que não podemos destinar o dinheiro público para a realização de abortos", disse Cleaver. "O debate é sobre destinar o dinheiro aos serviços em favor das mulheres, ou para as mulheres pobres que não podem obter os serviços em outro lugar, e não ao aborto. Mas, se você entrar em sintonia, o debate será sobre o aborto. Por quê? Porque eles podem obter algum votos".

Clyburn, uma vez que tinha aspirações de ir para o seminário e tornar-se um ministro religioso, agora é o presidente do Grupo de Trabalho e Fé Democrática. Ele explicou que a sua fé está sempre sempre em exibição em seu trabalho no Congresso. Depois de se formar na faculdade e ter perdido o desejo de ir para o seminário, Clyburn disse que seu pai lhe incentivou com palavras que sempre manteve perto de seu coração: "O mundo gostaria de ver o seu testemunho em vez de ouvi-lo".

Já o representante David Price, da Carolina do Norte, disse que ele e muitos outros membros do Congresso raramente invocam sua fé na tomada de decisões de políticas públicas, mas acha que as "conseqüências religiosas" devem ser levadas mais a sério pelo Congresso antes de votar sobre a legislação.

"Eu raramente invoco meu próprio conhecimento de seminário neste lugar. Não é a credencial mais forte que se pode trazer publicamente", disse Price. "O trabalho mais difícil de pensar algo completamente e pensar nas possíveis consequências de cursos alternativos de ação, é que é um desafio por aqui e não é geralmente feito de forma explícita em termos religiosos".

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