"Se nós pudéssemos convidar um personagem bíblico para pregar aqui hoje, fiquei pensando quem eu convidaria. Em todo o Novo Testamento - tirando a pessoa bendita do Senhor Jesus - fiquei pensando em pessoas a quem respeito e admiro. Mas não sugeriria nenhum deles para vir aqui hoje. No Antigo Testamento pensei em nomes tão pesados, tão importantes, mas há um determinado momento no ministério em que a vontade não é sentar ao lado de um operador de milagres."
Assim começou a pregação de Roberto de Lucena, que é pregador do Evangelho há 40 anos e atual secretário de Turismo do Estado de São Paulo. Ele compartilhou isso na Igreja O Brasil Para Cristo, em um culto voltado à liderança.
"Tem momentos no ministério em que a vontade não é sentar com um homem que abriu o mar, fez fogo do céu descer, ou foi um grande guerreiro. Há momentos em que dá vontade de sentar ao lado de um homem que simplesmente terminou bem e viveu certo. Tive muita vontade de chamar para vir aqui hoje o Josué", continuou Lucena.
O Pastor explica que diferente de outros personagens bíblicos, Josué termina a vida dele sem um título. "Nunca foi chamado de profeta como Moisés, por exemplo, a quem foi concedido um reconhecimento tão grande que foi dito que 'depois dele se levantaria um profeta maior que ele'. Ele foi considerado por Deus o maior de todos os profetas, superado apenas por Jesus."
"É interessante hoje a acirrada luta por títulos", comenta Lucena. "Fiquei pensando: De que maneira quero ser lembrado? De que maneira nossos ministérios serão lembrados?"
Josué não foi conhecido pelos seus sermões, profecias ou profundidade teológica, mas pelo tipo de vida que ele teve, explica o pastor. Ele enfrentou o desafio de substituir Moisés. "Substituir o lugar de alguém que foi muito mal é difícil, porque você tem que passar um tempo concertando muitas coisas. Mas quando você substitui alguém que foi muito bem é mais complicado ainda, porque você tem que conviver com as sombras e comparações do antecessor."
Por mais que você acerte tudo, sempre vai ter na igreja pessoas que amam você, mas que te criticam, questionam e confrontam. Lucena explica que isso não acontece por falta de amor, mas pelo cuidado de Deus. "Se não tivéssemos esses confrontamentos, nos tornaríamos uns monstros. Assim que recebemos a unção, começamos a receber alguns privilégios e honras, e entramos num processo de monstrificação que caminha junto com o processo de santificação e crescimento. Se esse processo não for paralisado, teremos um superego completamente adoecido."
Josué não pregou tanto com a palavra profética, mas pregou com a vida. O povo andou com ele, e ficou melhor depois que andou com ele. "É isso que eu quero que lembrem de mim, que alguém que andou comigo ficou melhor depois que andou comigo", finaliza Lucena.
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