“Evidências arqueológicas vieram à tona para provar que a Torre de Babel, citada na Bíblia, realmente existiu”, afirmou o especialista bíblico Tom Meyer, professor de estudos bíblicos no Shasta Bible College e Graduate School na Califórnia, EUA.
“O Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. E disse o Senhor: Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer. Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros. Assim o Senhor os dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade.” (Gênesis 11.5-8)
Usando o texto bíblico do livro de Gênesis, o professor explica que o relato da Torre de Babel é amplamente aceito como um conto alegórico e um mito de origem que explica as línguas do mundo.
Embora poucas pessoas acreditem que uma estrutura tão impressionante já existiu, o professor a classifica como o primeiro arranha-céu construído pela humanidade. Ele já memorizou mais de vinte livros da Bíblia e defende que há evidências arqueológicas que apoiam as narrativas.
História da Torre de Babel
Conforme as Escrituras, Deus intervém e confunde as línguas de todos, impedindo que as pessoas terminassem o ambicioso projeto. E Meyer lembra que quando a comunidade internacional vestia linho fino, roxo e escarlate, e cheirava a canela e olíbano, o novo ponto de encontro das férias foi a reconstruída Torre de Babel, na Babilônia.
"Todos ficaram entusiasmados com os intrigantes relatos de que as obras da Torre de Babel, haviam sido reiniciadas por Hammurabi [1.792 a 1.750 a.C.]. Depois disso, foram interrompidas novamente por 1.500 anos, e só concluídas pelo famoso construtor Nabucodonosor 2, rei da Babilônia [605 a 562 a.C.], contou.
“Eles ouviram um boato de que no topo do templo continha um portal que transportava você para o céu”, continuou. O estudioso explica que, de acordo com Henry Hampton Halley, o julgamento da confusão na Torre de Babel original ocorreu na quarta geração após o dilúvio, por volta da época do nascimento de Pelegue [Gn 10.25].
“Isso aconteceu 100 anos após o Dilúvio de Noé, e 325 anos antes que Abraão viesse pela primeira vez à Terra Santa, cerca de 2.000 a.C.”, datou.
Especialistas acreditam que a história da torre foi inspirada no zigurate Etemenanki
Reconstrução da torre
“Foi esta famosa torre mencionada no livro de Gênesis que Nabucodonosor terminou. Há evidências arqueológicas que podem corroborar isso”, disse.
De acordo com o Zondervan Handbook of Biblical Archaeology, a representação mais antiga conhecida da torre aparece em uma estela negra datada do reinado de Nabucodonosor.
Estelas são pedras ou placas de madeira erguidas no mundo antigo como um monumento, normalmente com inscrições, relevos e esculturas. “A estela é encontrada na Coleção Schoyen, mas suas inscrições cuneiformes — uma forma antiga de escrita — foram autenticadas”, contou.
Evidências arqueológicas
O professor Meyer acredita que, de acordo com a Coleção Schoyen, há uma escultura da Torre de Babel que mostra as proporções relativas dos sete estágios da estrutura em forma de zigurate.
“À direita da Torre está Nabucodonosor com seu chapéu cônico real, segurando um bastão em sua mão esquerda e na mão direita talvez os planos de construção da Torre”, apontou.
“A inscrição da estela descreve uma ostentação muito semelhante àquela feita pelos construtores originais no relato do Gênesis. Nabucodonosor se gabou: ‘Eu fiz dela a maravilha das pessoas do mundo. Eu construí suas estruturas com betume e tijolos cozidos por toda parte. Eu concluí elevando seu topo até o céu, fazendo-a brilhar como o sol’”, compartilhou.
“Os estudiosos que publicaram a estela da Torre de Babel afirmam que Nabucodonosor realmente restaurou a Torre de Babel original. Essa versão da história, é claro, é fortemente contestada pelos historiadores”, disse.
Em vez disso, a Torre de Babel foi “associada” ao Etemenanki, um templo zigurate dedicado à divindade Marduk na antiga Babilônia. As ruínas do zigurate ficam a cerca de 90 quilômetros ao sul de Bagdá, no Iraque, e a construção foi datada entre os séculos XIV e IX a.C..
Já a teoria mais aceita é que a Torre de Babel foi “inspirada” no Etemenanki, que foi reconstruída por Nabucodonosor II, após a destruição da Babilônia em 689 a.C..
No livro “Understanding the Bible”, lançado em 2.002, o autor Stephen L. Harris argumentou que o mito pode ter sido inspirado durante o cativeiro da Babilônia, quando os judeus foram expulsos da Judéia após o cerco de Jerusalém em 597 a.C..