Cinco aldeias sírias foram capturadas por militantes do grupo Estado Islâmico perto da fronteira turca nesta quarta-feira (27). O fato enfraqueceu ainda mais a posição dos rebeldes na região de Aleppo. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos com base na Grã-Bretanha, uma rede de ativistas que monitora o conflito na Síria, informou que o grupo extremista capturou cinco aldeias no distrito de Azaz, norte de Aleppo. A notícia também foi relatada pela agência do Estado Islâmico.
“Os rebeldes sírios estão antecipando uma grande ofensiva do governo contra a sua posição em Aleppo, a maior cidade da Síria e um centro comercial. Aleppo agora está dividida entre o governo e o controle rebelde. Dezenas de civis foram mortos em bombardeios e ataques aéreos sobre a cidade na semana passada”, informou a agência de notícias francesa AFP.
A ofensiva do governo tem ganhado apoio do poder aéreo russo e milícias regionais desde o início deste ano. Eles já desalojaram os rebeldes de alguns lugares de Azaz e cortaram o corredor entre a fronteira turca e Alepo. Tal fato deixou os rebeldes em Aleppo com apenas um corredor estreito para o resto do país, através da província de Idlib.
O conflito na Síria começou em 2001 com protestos pacíficos em sua maioria, mas uma repressão brutal do governo e da ascensão de uma insurgência armada finalmente mergulhou o país em uma guerra civil. Mais de 250 mil pessoas foram mortas pelos combates. A informação é da Organização das Nações Unidas. Apesar disso, o rastreamento de vítimas foi interrompido há meses.
Perseguição aos cristãos
O Estado Islâmico tem perseguido a classe cristã e não é de hoje. Como noticiado pelo Portal Guiame no início de abril, cerca de 21 cristãos foram assassinados por militantes do Estado Islâmico na cidade de al-Qaryatain, na Síria. A cidade, que estava sob controle do grupo extremista desde agosto de 2015, havia sido retomada por tropas sírias na semana passada, com o apoio da Rússia e seus aliados. Cerca de 300 cristãos ainda permanecem em al-Qaryatain.
Sobre Aleppo, um arcebispo católico comentou que “as famílias cristãs que permaneceram são as mais pobres, pois quem tinha condições deixou o país. São muitos os fieis da diocese que se refugiaram no exterior. Muitos deles desejam retornar quando o conflito terminar. Todavia, quem encontrou trabalho ou começou a mandar seus filhos para a escola em outro país, dificilmente retornará”, pontuou.