Eu escolhi cortejar: casal de namorados cristão dá o primeiro beijo no altar

Assim como muitos jovens cristãos, Victor e Kathleen escolheram namorar por corte com o propósito de se concentrarem na conexão emocional para além do aspecto físico.

Fonte: Guiame, com informações da BBC BrasilAtualizado: terça-feira, 8 de junho de 2021 às 14:53
Depois de dois anos de namoro, Victor e Kathleen deram o primeiro beijo no altar. (Foto: Arquivo pessoal).
Depois de dois anos de namoro, Victor e Kathleen deram o primeiro beijo no altar. (Foto: Arquivo pessoal).

Muitos jovens cristãos têm optado em namorar por corte, conhecido também como amizade especial, onde os namorados adiam o beijo para o dia do casamento, quando se beijarão pela primeira vez no altar, durante a cerimônia.

Foi o caso de Victor Gustavo Moreno Cordeiro e Kathleen Rodrigues Cordeiro, ambos de 22 anos, que se beijaram pela primeira vez no altar em novembro do ano passado, depois de dois anos de namoro sem toque fisíco e relações sexuais.

Hoje, recém-casados, Victor e Katheleen contaram sobre a escolha e a experiência de namorar por corte, em entrevista à BBC Brasil. Membros da Igreja Filadélfia Internacional G12, o casal entendeu que a melhor escolha para eles era o cortejo, a fim de se concentrarem em se conectar emocionalmente e manterem a pureza sexual, conforme os princípios bíblicos.

Depois de ambos terem passado por experiências traumáticas e dolorosas em relacionamentos anteriores, a decisão foi uma oportunidade de fazer diferente e trilhar um recomeço.

"Nós já tínhamos passado por relacionamentos padrão. A corte é uma experiência totalmente diferente. Você tem estabilidade e firmeza nos objetivos. Você não tem dúvida de quem é a pessoa que está do seu lado porque conhece a essência dela", explicou Victor.

Depois de ter se machucado em relacionamentos anteriores, Kathleen disse para Deus que queria um namoro com propósito, que terminasse em casamento.

“Comecei a falar com Deus sobre um namoro com propósito. A corte tinha outras coisas com que se preocupar ao invés de sair e se beijar. Procuramos conhecer a família do outro, estar juntos. Muitas pessoas que namoram com toque só se preocupam com aquilo e ficam anos namorando sem casar. Não significa que um namoro que tem beijo vai dar errado, mas tem mais probabilidade de focar mais no beijo do que nos outros propósitos", declarou Kathleen.

Victor foi criado na igreja pela sua mãe adotiva, que sempre lhe aconselhou a escolher uma moça cristã para namorar. "Eu falava que ela (mãe) era doida. Que não tinha ninguém que eu gostasse na igreja", lembra Victor.


Victor e Kathleen na cerimônia de seu casamento em novembro de 2020. (Foto: Arquivo pessoal).

Mas, certo dia na Igreja Filadélfia, ele conheceu Kathleen. "A gente já tinha se encontrado, mas nunca se olhado. A gente se conheceu por causa da minha irmã, em novembro de 2017. Ela é muito brincalhona, já conversava com ele e logo perguntou: 'Victor, por que você não namora minha irmã?'. Eu entrei na brincadeira, mas ele ficou com vergonha e saiu. Minha irmã disse na época que ele não queria namorar porque era muito nervoso e estressado. Mas eu também era e combinamos", contou Kathleen à BBC Brasil.

Pouco tempo depois, eles começaram a conversar pelas redes sociais e o papo entre os jovens se prolongava por horas. Depois de um ano, Victor declarou seu amor para Kathleen e eles foram se aconselhar com os líderes de sua igreja.

Kathleen tinha medo de se apaixonar e se machucar novamente, porque já tinha passado por muitas frustrações na vida amorosa. Mas, ela conseguiu superar o trauma e dar uma chance para o amor novamente.

"Eu perguntei se era aquilo mesmo que ele queria e falei: 'Quer namorar comigo?'. Ele me pediu um beijo. Eu pedi calma, conversamos com nossos líderes e definimos fazer a corte", relatou Kathleen.

O casal conta que não foi fácil manter o propósito durante o namoro porque os dois já não eram mais virgens, mas que com estratégias e a ajuda de Deus, eles conseguiram manter a corte.

“Tinha dia que eu não queria me encontrar com ela porque o desejo estava grande. A gente chegou a ficar uma semana sem se ver porque não era bom ficar perto. A carne é fraca. Mas a gente venceu", disse Victor.

Sobre as pessoas não cristãs que questionavam a decisão do casal de se manterem puros até o casamento, alegando que os jovens poderiam se decepcionar sexualmente depois, por não ter se experimentado antes, Kathleen respondeu:

"Nada disso foi uma preocupação para a gente. Foi apenas o reforço de um relacionamento de confiança e que Deus não nos deixaria frustrados. Quando as pessoas do relacionamento confiam em Deus, sabe que ele vai fazer o melhor".

Ela afirma que, graças ao namoro de corte, ela e o esposo Victor puderam se conhecer com profundidade e nutrir uma amizade sólida.

“O que eu adorei nessa experiência foi conhecer ele melhor: as qualidades, os defeitos. E aceitar. Hoje, nossa amizade é bem maior e nossa intimidade flui", disse a jovem recém-casada.

 

 




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