Desde a adolescência, Aleff Amorim tem evangelizado pessoas em locais como praças, transportes públicos, presídios e favelas. Uma de suas experiências mais marcantes aconteceu dentro de um ônibus em Manaus (AM), que sofreu um assalto durante o evangelismo.
Aleff, que na época tinha 17 anos, costumava fazer evangelismo no ônibus durante o trajeto entre a igreja e sua casa. Certa noite, em 2011, ele resolveu não evangelizar as pessoas, como de costume — ele se sentou na parte da frente do ônibus e ficou calado, tomado por tristeza devido a acontecimentos pessoais.
“De repente, eu senti uma santa convocação, algo no meu interior, me dizendo: ‘Você tem que pregar hoje. Essas pessoas precisam ouvir que são amadas’”, disse Aleff em entrevista ao Guiame.
Aleff lembra que “aquela voz continuou insistindo” e ele resolveu obedecer. “Eu me levantei, passei a catraca e comecei a dizer: ‘Meus queridos, boa noite a todos. Eu não conheço nenhum de vocês, estou aqui apenas para dizer que Jesus te ama, que Ele tem plano para sua vida e que Ele se importa com você’”.
De repente, cerca de quatro assaltantes entraram no ônibus e colocaram uma faca no pescoço da cobradora e outra no motorista. Aleff, que estava de costas para a catraca, passou a assistir o desespero das pessoas.
O ônibus passou a fazer zigue-zague, enquanto o motorista era ameaçado. “Eu lembro que havia vários precipícios ao lado, realmente foi Deus guardando”, lembra.
Assista:
Os criminosos tomaram o dinheiro das passagens e os pertences de todos que estavam sentados na parte da frente, antes da catraca. “Eu seria uma das pessoas que seria roubada naquele dia, se não tivesse obedecido a voz de Deus e me levantado”, observa Aleff.
Em certo ponto, os assaltantes pularam do ônibus em movimento, mas deixaram para trás um ambiente de caos. “Eu nunca me imaginei em uma cena como aquela”, conta o evangelista. “Eu olhei ao redor e tinha senhora passando mal, criança gritando, mulher chorando.”
Tudo mudou quando o evangelista voltou a sentir um impulso de Deus. “O Espírito Santo falou comigo: ‘Aleff, agora. Fale algo’. O ambiente estava tomado por caos e medo, mas eu levantei minha voz e disse: ‘Queridos, atenção! Olhem pra mim! Deus nos deu um grande livramento hoje. E isso é mais um sinal de que somos amados por Ele. Por favor, vamos orar todos nesse momento agora’”.
O ambiente de caos começou a ser transformado em um ambiente cheio da presença de Deus, relata Aleff. “Eu nunca vi um culto tão agitado como aquele. As pessoas que estavam chorando começaram a orar”, lembra. “Eu estimo que aproximadamente 95% do ônibus levantou as mãos reconhecendo Jesus como Senhor e Salvador.”
Como resultado, “as coisas ficaram calmas, o choro foi diminuindo e a presença de Deus trouxe uma paz sobrenatural.”
Aleff Amorim é autor dos livros “Sempre foi sobre Jesus” e “Agitadores”. (Foto: Aleff Amorim)
O fato é relatado em detalhes por Aleff Amorim no livro Agitadores, lançado pela editora Autor da Fé. O livro é uma analogia aos primeiros cristãos, que eram chamados de “perturbadores” enquanto impactavam multidões. “Se você é filho de Deus, você tem que viver como Jesus viveu. Por onde ele passava, havia agito”, observa.
Chave do evangelismo: a liderança do Espírito Santo
Por mais de 10 anos, Aleff Amorim, de 27 anos, tem evangelizado pessoas nos locais mais improváveis. Em sua experiência, ele aprendeu a se mover através da dependência do Espírito e da Palavra de Deus.
“Uma das coisas que mais entendi é que não se tratava do que eu sentia, mas da confiança na liderança do Espírito de Deus e na palavra de Deus”, explica.
Ele deixa ainda um conselho para aqueles que lutam com a vergonha e o medo na abordagem evangelística: lembrar que o perfeito amor lança fora o medo (1 João 4:18).
“Todo mundo sente medo, todo mundo sente um friozinho na barriga. Já faz mais de 10 anos que prego em praças e ônibus e sempre sinto esse frio na barriga, mas isso não me define”, afirma.
“Antes de abordar as pessoas, eu precisava entender o amor de Deus. Não só compreender, mas passar tempo discernindo e experimentando. Porque quando eu sou amado por Deus, eu posso levar esse amor. É um ciclo. À medida que sou amado por Ele, eu amo. E assim você vai entender como Deus vê aquela pessoa”, acrescenta.