Uma menina paquistanesa cristã de 17 anos foi morta por seu empregador muçulmano. Ela era pobre e trabalhava de empregada doméstica. Kainat Masih foi morta brutalmente no dia 6 de maio pelo fato de "não estar limpando corretamente" a casa.
A vítima vivia em Gujranwala, na província de Punjab, onde ela trabalhava desde que era criança, como empregada para uma família muçulmana. No dia de sua morte, seu pai tinha ido à casa de seu empregador para visitá-la, uma ocorrência rara nessas situações.
Ao chegar, seu pai viu que os braços e pernas de Kainat estavam sendo pressionados por seu empregador, sua esposa, dois outros homens e uma mulher. Ela estava sendo estrangulada por uma corda amarrada no pescoço. O pai implorou para que as pessoas não matassem sua filha, mas sem sucesso.
O grotesco da situação não termina aí. A jovem de 17 anos havia sido estuprada por todos os três homens. Na verdade, ela vinha sendo estuprada há anos por seu empregador.
O assassinato de Kainat está atualmente sob investigação. Nenhuma prisão foi feita, e provavelmente não haverá punições já que o empregador, Asif Ismail, é filho de um líder do partido político local, Ismail Gujjar.
“Os cristãos no Paquistão, na maior parte, fazem parte de uma comunidade muito pobre. Eles são um pedaço da demografia que compõe o Paquistão, como uma minoria. Por isso, muitas vezes sentem que não há nada para eles na sociedade”, explica Bruce Allen, da FMI.
“Eles são discriminados em termos de educação e, portanto, em termos de emprego. Então, às vezes, ter um emprego como empregada doméstica é tudo o que eles podem pensar em almejar”, completou.
Minorias e Discriminação
Os cristãos são tratados como cidadãos de terceira classe na sociedade paquistanesa. Na maioria muçulmana, dificilmente há dúvidas quanto a espancar, estuprar e até mesmo matar aqueles que acreditam em Deus.
Uma vez que esse tipo de trabalho é quase considerado como um “destino” para esses indivíduos, muitos trabalhadores domésticos aceitam a exploração sexual que frequentemente vem com ela. Histórias como as de Kainat, que caracterizam o abuso e até a morte, não são incomuns no Paquistão.
A única exigência para alguém que entra no trabalho doméstico é ser uma garota menor de idade. Combine isso com o fato de que os trabalhadores domésticos são servos disponíveis para a família 24 horas por dia, 7 dias por semana, há muito espaço para o abuso acontecer.