Um cristão pode ser gay? Embora essa questão sugira uma resposta que varie entre o “sim” e “não”, o Alexandre Mendes, pastor da Igreja Batista Maranata em São José dos Campos (SP), observa que o assunto requer uma análise mais complexa, diante da revolução sexual vivida pela sociedade.
Em entrevista ao blog Voltemos ao Evangelho, Mendes analisa que atualmente, a identidade sexual deixou de ser algo dado por Deus e passou a ser algo decidido em função dos desejos. “Hoje as pessoas são o que elas desejam, mas a Bíblia informa que nossos desejos são desgovernados e não estão imunes à nossa depravação”.
O pastor observa que, biblicamente, um cristão é aquele que anda como Cristo andou e não vive na prática do pecado. “É estranho pensarmos em um cristão como alguém que vive um estilo de vida pecaminoso, sem um desejo por mudança”, disse ele.
Diante dessa linha de pensamento, é possível existir um cristão gay?
“Se o gay é alguém que vive um estilo de vida homossexual e está ‘ok’ com isso, não existe um cristão gay, assim como não existe um cristão fofoqueiro e avarento”, respondeu Mendes. “Porque alguém tomado pela avareza não herdará o Reino de Deus, assim como o maldizente e o efeminado”.
“Por outro lado, a Bíblia fala de um cristão que anda como Cristo andou e que luta contra o pecado. Então, se estamos entendendo gay como alguém que tem atração por pessoas do mesmo sexo e luta contra isso, é legítimo alguém professar sua fé cristã na luta contra o pecado; e aí existe um processo de arrependimento e essa pessoa aprende a governar os seus desejos”, o pastor continua.
Mendes afirma que esses casos estão afetando a igreja, mas ainda não há um preparo para lidar com isso. “Principalmente em nosso contexto brasileiro, haja vista o número de piadas que existem sobre o assunto. Imagine que em sua congregação há alguém lutando contra isso e tudo o que ela escuta sobre o assunto é pejorativo, é piada. Ela nunca vai se abrir com ninguém dentro da igreja”.
O pastor afirma que é preciso trabalhar uma visão bíblica do que é pecado com a igreja. “Nós não vamos zombar daquilo que Cristo morreu na cruz. Cristo morreu por causa da homossexualidade. Isso não tem graça, não deveria ser fruto das nossas brincadeiras”.
Mendes orienta a igreja a criar um ambiente de graça para receber e transformar pessoas que lidam contra isso. “O ambiente de graça é onde o Evangelho é pregado e as suas implicações e aplicações para a vida também. O Evangelho transforma. O Evangelho veio para pessoas com desejos desgovernados”, afirma.
“Quando o ambiente de graça é estabelecido, pessoas encontram um lugar seguro onde vão buscar ajuda para as necessidades que elas têm, que são resquícios da queda”, ele acrescenta.
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