Igrejas evangélicas são reabertas na Itália, epicentro do coronavírus na Europa

As igrejas da Itália, primeiro país europeu atingido pela Covid-19, voltaram a fazer cultos presenciais.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: quarta-feira, 3 de junho de 2020 às 14:30
Primeiro culto da igreja Sorgente di Vita em Milão. (Foto: Facebook/Sorgente di Vita)
Primeiro culto da igreja Sorgente di Vita em Milão. (Foto: Facebook/Sorgente di Vita)

Igrejas evangélicas foram autorizadas pelo governo da Itália a reabrir seus locais de culto. O primeiro domingo de reabertura foi em 24 de maio, mas muitas denominações decidiram esperar mais uma semana.

A Aliança Evangélica Italiana (AEI) destacou que a maioria das pessoas têm expressado gratidão a Deus por se reunir novamente, mesmo seguindo restrições para evitar a propagação do novo coronavírus, como evitar contato físico e uso contínuo de máscaras.

A Itália foi o primeiro país europeu a ser atingido pelo coronavírus e contabilizou oficialmente mais de 33.500 mortes, número inferior apenas aos registrados nos EUA e no Reino Unido, e pouco superior ao reportado no Brasil.

“Após cerca de três meses de confinamento, podemos finalmente nos reunir com todos os irmãos e irmãs”, disse Anna Pellerito, da igreja Sorgente di Vita em Sesto San Giovanni, na região da Lombardia, província de Milão. “Apesar da tecnologia não deixar faltar oportunidades para manter contato, sabemos que não é a mesma coisa”.

A Elim Source of Life, assim como outras igrejas na Itália, adotou o método de reservas — os membros podem verificar no site o número de lugares disponíveis no templo, evitando assim a aglomeração.

“Assim que o culto começou, a emoção foi muito grande. Não conseguimos segurar as lágrimas; finalmente poderíamos louvar o Senhor juntos”, conta Pellerito.

Lidia Mesolella, da Igreja Apostólica de San Nicola La Strada, em Caserta, disse foi difícil se adaptar a um novo estilo de reunião por causa das restrições.

“Cantar com a máscara, as mudanças que o grupo de louvor precisa fazer... Tudo é bastante artificial, uma situação que não é natural, na qual o povo de Deus deve renunciar aos elementos que os tornam especiais e atraentes, como o contato fraterno ou a adoração espontânea”, avalia.

Segundo Mesolella, “o primeiro encontro foi como um homem sedento que finalmente consegue tomar um gole d'água”. Já no segundo, houve um “sentimento de desânimo, e não estamos tão dispostos a nos adaptar a padrões tão rígidos, mesmo naqueles momentos em que se espera que finalmente haja liberdade na presença do Senhor”.


Culto na Igreja Apostólica de Grosseto. (Foto: Facebook/Chiesa Apostolica di Grosseto)

Para Rita Macrì, da Igreja Apostólica de Grosseto, retornar à igreja e ver todos seus irmãos foi algo único. “Parecíamos peregrinos dispersos retornando à comunhão. A emoção conseguiu superar o obstáculo do procedimento de entrada no local de culto”, disse.

Nina Fiore Schaafsma, da igreja Punto Luce em San Giuliano Milanese, diz que a liderança está ciente dos riscos que ainda existem na região da Lombardia. Por isso, eles não se descuidaram. “De certa forma, foi fácil cumprir as regras, acabamos nos acostumando à distâncias, máscaras e medições de temperatura”, disse Schaafsma.

“Tudo isso nos leva a expressar grande gratidão a Deus, a reconhecer mais uma vez que pertencer ao corpo de Cristo é uma grande bênção. Sabemos que o Senhor está conosco e é soberano. Já vimos muita morte, mas também muitas pessoas vindo ao Senhor”, destaca.

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