Índia fecha ONG cristã e famílias atendidas são prejudicadas

A organização Compassion tinha parceria com mais de 500 projetos na Índia e ajudava cerca de 145 mil crianças.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 10 de março de 2017 às 19:25
O governo indiano está reprimindo as instituições de caridade estrangeiras “ameaçadoras”. (Foto: Compassion International).
O governo indiano está reprimindo as instituições de caridade estrangeiras “ameaçadoras”. (Foto: Compassion International).

Resta apenas cinco dias para que a Compassion Índia pare de funcionar, fazendo com que mais de 500 projetos sejam cancelados e cerca de 145 mil crianças fiquem sem apoio. Depois de quase 50 anos no país, a organização cristã está sendo forçada a sair do país.

"Eu não quero exagerar, mas será realmente devastador para muitas dessas famílias", diz Justin Dowds, executivo-chefe da Compassion Britânica em uma entrevista para o site Christian Today.

O governo indiano está reprimindo as instituições de caridade estrangeiras “ameaçadoras”. A Compassion é apenas uma das 11 mil ONGs que perderam o acesso a fundos estrangeiros desde que Modi chegou ao poder em 2014.

Sob a vaga acusação de ser "prejudicial ao interesse nacional", a instituição de caridade foi colocada em uma lista de "aprovação prévia", o que significa que o governo indiano pode controlar e, portanto, bloquear quaisquer fundos provenientes do Ocidente.

"Eles basicamente disseram a todos os bancos indianos para não aprovar o dinheiro que vem do exterior para Compassion", diz Justin. “Há uma repressão definitiva”, complementou.

Impacto negativo

A Compassion é parceira de mais de 500 igrejas em todo o país através do programa de apadrinhamento. A organização fornece financiamento para a educação, alimentação e cuidados de saúde para algumas das áreas mais pobres, através de seus projetos. Além disso, emprega mais de 100 funcionários em tempo integral.

"É o apoio da Compassion que faz com que as crianças possam ir para a escola porque, como parte de nosso programa, elas recebem acesso a cuidados de saúde, e materiais como sapatos e livros. Se elas não tiverem esse material, elas não são aceitas nas escolas", disse Justin.

"Em diversas regiões, essas crianças vêm para o programa todos os dias depois da escola para ter apoio extra", acrescenta. "Elas recebem alimentação e essa comida que compramos é do mercado local. Todos os dias alimentamos de 200 a 300 crianças”, ressaltou.

"É muito dinheiro que entra no mercado local. Também estamos empregando pessoas e colocando dinheiro na economia local. Você não pode simplesmente tirar todo esse investimento de milhões por ano fora da economia e não ver um impacto dramático”, finalizou.

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