Escavações feitas por arqueólogos israelenses no vale do Elah (região central de Israel) resultaram recentemente na descoberta de alguns objetos dos tempos bíblicos - entre eles, um jarro de cerca de 3.000 anos, que traz inscrições dos tempos do rei Davi.
A informação foi divulgada pela 'Autoridade de Antiguidades de Israel' na última terça-feira (16) e esta já é a quarta inscrição deste tipo descoberta até o momento, datada do século X a.C, no reino da Judeia.
Os pedaços do recipiente de argila começaram a ser localizados em 2012, durante escavações realizadas em Khirbet Qeiyafa, próximas à cidade israelense de Beit Shemesh - local onde, conforme relatos bíblicos, aconteceu conhecida luta entre Davi e Golias.
Após serem montados como uma espécie de 'quebra-cabeça', os fragmentos formaram inscrições que despertaram a curiosidade de Yosef Garfinkel, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, e Saar Ganor, da Autoridade de Antiguidades de Israel. Recentemente, o nome "Eshbaal Ben Beda" foi encontrado em letras antigas no objeto.
"Trata-se da primeira vez que aparece o nome Eshbaal em uma inscrição antiga no país. Eshbaal Ben Shaul, que governou Israel na mesma época que Davi, é citado pela Bíblia", afirmou Garfinkel.
Eshbaal foi um dos filhos de Saul e foi posteriormente assassinado e decapitado, tendo sua cabeça levada à região de Hebron.
"É interessante destacar que o nome Eshbaal aparece na Bíblia, e agora também em um documento arqueológico. Este nome só foi usado durante a era do rei Davi. O nome Beda é único e não aparece em inscrições antigas ou na tradição bíblica", reforçou.
Os pesquisadores salientaram que a descoberta de inscrições dos dias do rei hebreu é um fenômeno muito recente.
"Há uns cinco anos, não conhecíamos nenhuma inscrição datada no século X a.C. do Reino da Judeia. Isto muda totalmente nosso entendimento da expansão da escritura no reino e agora fica claro que estava muito mais estendida do que pensávamos ", disseram.
Além do jarro, também foram encontradas uma fortificação, duas portas, um palácio e armazéns, além quartos e salas de culto, que faziam parte de um assentamento datado do final do século XI e princípios do X a.C.