Sobre a questão da volta de Jesus, há muitas controvérsias quando as pessoas querem definir datas próximas ou, pelo menos, quando dizem que “Ele pode retornar a qualquer momento”.
O teólogo, apresentador de rádio e escritor, Michael Brown, disse que apesar de desejar a volta de Jesus nesta geração, tem dificuldades de entender o caráter repentino, já que devemos conhecer os tempos e as estações.
Ao citar 1 Tessalonicenses 5.1-11, Brown especifica um sinal bíblico importante — primeiro haverá um clima de paz e segurança em todo o mundo e logo após virá repentina destruição.
‘Saberemos quando estiver próximo’
“Sem dúvida, saberemos desse tempo à medida em que ele se aproxima. Paulo nos diz claramente que a rebelião final deve vir primeiro e que o homem do pecado — também conhecido como o Anticristo — deve ser revelado (2 Ts 2.1-8)”, especificou.
“Somente depois disso estaremos reunidos para encontrar o Senhor nos ares e acompanhá-lo à terra”, disse ao compartilhar algumas passagens bíblicas que antecipam sobre esse momento.
Em 1 Ts 4.14-18 diz que haverá uma ressurreição na volta de Jesus e que, logo após, os vivos na ocasião serão arrebatados nas nuvens para um encontro nos ares
Em 2 Ts 2.1-8 também fala desse reencontro e que não deve ser um tema para alarmar ninguém. Além disso, aconselha para o cuidado que os cristãos devem tomar para não serem enganados, especificando que antes da volta de Jesus haverá a apostasia, a revelação do “filho da perdição” que vai querer ser adorado e se sentará no santuário de Deus, dizendo ser Deus.
“Todos esses textos descrevem o mesmo evento, a segunda vinda de Cristo. E Jesus também disse que haveria sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o rugido e a agitação do mar”, lembrou.
“As pessoas desmaiarão de terror, apreensivas com o que está por vir ao mundo, pois os corpos celestes serão abalados. Naquele tempo, eles verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a redenção de vocês está próxima”, citou Lucas 21.25–28.
‘Ele nos dará uma saída e um refúgio’
Brown reforçou: “Você pode ter certeza disso, quando todas essas coisas estiverem se desenrolando diante de nossos olhos, não teremos que especular ou imaginar. Deus se fará perfeitamente claro para Seus filhos”.
“Os sinais serão claros como o sol nascente, pelo menos para todos aqueles que tiverem olhos para ver. Até lá, nosso foco deve ser dar frutos para o Senhor aqui e agora e não querer sair daqui o mais rápido possível”, disse ainda.
“Como Jesus orou por Seus apóstolos, a minha oração não é que nos tire do mundo, mas que nos proteja do maligno, conforme João 17.15. O Pai sabe como nos proteger do maligno neste mundo, e quando Sua ira for derramada sobre os pecadores e rebeldes, Ele nos dará uma saída e um refúgio”, continuou.
‘Ainda há muito para fazer’
Em última análise, o teólogo disse que há outro grande problema com a ideia de que, a qualquer momento da história, Jesus pode entrar em cena e nos levar.
“Não há enredo? Não há um plano maior? Não há missão a cumprir? Se Jesus viesse 1.000 anos atrás — e muitos previram que Ele viria — ou 30 ou 40 anos atrás como outros previram que Ele viria, isso não teria deixado tantas coisas ainda por fazer?”, questionou
“Ainda existem vários bilhões de pessoas que nunca ouviram o nome de Jesus ou, se ouviram o nome, não têm ideia do que significa ou a quem se refere. Deus não se importa com eles? A Igreja desaparece repentinamente sem que eles tenham sequer a oportunidade de ouvir as boas novas?”, perguntou.
“É assim que o Senhor termina esta parte da história? Certamente não. É como ouvir uma peça orquestral que consiste em três movimentos principais, apenas para vê-la parar repentinamente no meio. O que é que foi isso? Ou é como ler um romance fascinante, apenas para vê-lo terminar no momento em que o enredo está sendo desenvolvido, ou assistir a um mestre pintor em seu ofício, apenas para deixar o quadro inacabado”, comparou.
‘A vinda repentina, hoje, não faz sentido’
“Certamente isso não está de acordo com o caráter de Deus ou a maneira como Ele agiu na história. Com certeza, a ideia de que, de repente, sem nenhum aviso ou sinal, seremos levados daqui — no meio da sinfonia, por assim dizer — não faz nenhum sentido bíblico”, destacou Brown.
“E o estado da Igreja? A oração de Jesus por nossa unidade e nossa glorificação Nele ficará sem resposta? Iremos desaparecer repentinamente da terra em meio a escândalos, divisões e derrotas? E, num momento, seremos transformados de Igreja amplamente carnal, impotente e mundana em igreja radiante, sem mancha nem ruga ou qualquer outro defeito, santa e irrepreensível?”, lançou as perguntas ao dizer que isso não faz sentido de acordo com as Escrituras.
“Tudo em mim, como filho e Deus, se opõe a essa ideia. Certamente, veremos uma demonstração maior de Seu poder na terra antes que chegue o fim. Certamente, veremos uma colheita maior de almas perdidas. Certamente, nos tornaremos mais unidos e amorosos Nele. Certamente, Jesus receberá mais glória através de nós, nesta terra, antes que Ele volte”, afirmou.
“Com certeza, o Senhor poderia realizar 100 anos de trabalho em um mês. Ele é assim e disse por meio do profeta Isaías (60.22) que apressaria as coisas no devido tempo”, resumiu.
“Estou simplesmente dizendo que, no momento, ainda não estamos na linha de chegada e devemos nos concentrar em fazer a obra do Senhor. Há uma bela história que o Pai está escrevendo, e ainda tem alguns capítulos pela frente, alguns dos quais iremos escrever, com a ajuda Dele”, disse.
“Os sonhos e visões que Ele colocou em nossos corações acontecerão. Então, continue até que Ele venha. Temos muito trabalho a fazer com Ele hoje. É aí que nosso foco deve estar”, concluiu.