A médica cristã, Marie Sylvie Kavuke Vakatsuraki, de 37 anos, foi uma das vítimas fatais de um ataque terrorista a um hospital da cidade de Maboya, na República Democrática do Congo.
O atentado covarde, do dia 20 de outubro, foi feito por homens armados do grupo rebelde Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês).
A cidade de Maboya é uma das regiões com maioria cristã no país. O hospital atendia centenas de pessoas da cidade e regiões próximas. De acordo com a Portas Abertas, agora os cristãos ficarão ainda mais vulneráveis, sem assistência médica.
Sobre o ataque violento
Uma sobrevivente que usa o pseudônimo “Cristine”, compartilhou detalhes do atentado: “Eles lançaram mísseis nas portas, mas ainda assim não abriram. Um dos extremistas zombou dizendo que devia ser por causa das orações intensas”.
“Marie Sylvie estava cumprindo o plantão daquela noite e tinha operado há poucos minutos uma mulher grávida. Ela foi a primeira a perceber o ataque e rapidamente pediu ajuda para salvar os pacientes”, continuou.
Ela ainda conta que as crianças foram as primeiras a sair e que ficaram escondidas atrás de alguns arbustos, de onde puderam testemunhar a morte da Dra. Marie.
“Ela fazia uma oração na entrada do hospital quando uma bala atingiu sua cabeça. O corpo dela foi consumido pelas chamas ateadas pelos extremistas no local”, revelou.
Vítimas mortais
Um dos pacientes de Marie também foi baleado e morreu enquanto tentava fugir. O vigia do local, de 70 anos, também foi morto. Outras onze pessoas foram assassinadas fora do hospital, nos arredores da cidade de Maboya.
Comerciantes foram mortos dentro das próprias casas e estabelecimentos. As crianças foram sequestradas pelos extremistas e não há informações sobre o paradeiro delas.
Outras duas clínicas foram prejudicadas pelos ataques da ADF. Duas farmácias e várias lojas foram saqueadas e incendiadas em Maboya e diversas pessoas foram dadas como desaparecidas após o ataque.
Muitas enfermeiras jovens também foram levadas pelos rebeldes. Abbe, um líder cristão local, disse: “Estamos devastados. Eles queriam a morte dos cristãos, roubaram as lojas, destruíram as clínicas médicas e queimaram tudo que encontraram nos arredores para acabar conosco”, lamentou o líder.
Pedido de oração
Apesar da situação terrível, os sobreviventes louvaram a Deus pelo livramento e pediram aos cristãos de todo mundo que intercedam por eles e pela igreja local.
“Lamentamos muito tudo isso e precisamos de ajuda. Orem por nós. Peça ao Senhor que nos ajude a recomeçar a boa obra Dele em nossa cidade”, rogou um cristão local.
Violência sistemática contra cristãos no Congo
Para os cristãos congoleses, a vida não é nada fácil. Por causa da perseguição religiosa no país, há mais de 1 milhão de deslocados internos. Muitos perdem suas casas, são violentados e até mortos por causa da fé em Jesus.
Embora a nação carregue em seu nome a “democracia”, a verdade é que não existe liberdade religiosa. Os convertidos ao cristianismo, tanto do islã quanto de religiões tribais, enfrentam intensa pressão em todos os sentidos.
Além dos ataques físicos, os cristãos congoleses sofrem com a opressão islâmica, corrupção e crime organizado, hostilidade etno-religiosa e paranoia ditatorial.
As mulheres cristãs estão vulneráveis a sequestro, estupro, tortura sexual e trabalho forçado. Elas podem ser casadas, engravidadas ou divorciadas à força. Esses casamentos forçados são frequentemente casamentos precoces. Há relatos de que homens muçulmanos idosos geralmente preferem meninas cristãs.