Mães que amamentavam foram degoladas pelo Estado Islâmico em hospital cristão

O grupo extremista matou pelo menos 17 pessoas em um ataque a um hospital cristão da República Democrática do Congo.

Fonte: Guiame, com informações da AP Atualizado: terça-feira, 18 de novembro de 2025 às 17:47
O grupo militante também atacou vilarejos próximos. (Foto ilustrativa: Portas Abertas)
O grupo militante também atacou vilarejos próximos. (Foto ilustrativa: Portas Abertas)

Uma nova onda de terror atingiu populações civis no leste da República Democrática do Congo (RDC) após uma série de ataques realizados por grupos militantes islâmicos.

Na noite de sexta-feira, um grupo rebelde apoiado pelo Estado Islâmico (EI) matou ao menos 17 pessoas em um ataque a um hospital cristão administrado por religiosas no leste do Congo, informaram as autoridades neste sábado.

Militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), grupo vinculado ao Estado Islâmico, invadiram uma unidade hospitalar na vila de Byambwe, no território de Lubero, na província de Norte-Kivu.

Segundo o administrador local, coronel Alain Kiwewa, entre os mortos estavam 11 mulheres, algumas delas amamentando.

“Mulheres que amamentavam foram brutalmente massacradas e encontradas com a garganta cortada em suas camas hospitalares”, disse Kiwewa à Associated Press, acrescentando que, ao todo, 11 mulheres e seis homens foram mortos.

As mulheres foram encontradas em seus leitos hospitalares com a garganta cortada, evidenciando um nível extremo de violência.

O ataque ocorreu dentro de uma unidade de saúde, o que amplia ainda mais a gravidade do crime e a vulnerabilidade das vítimas.

O grupo militante também atacou vilarejos próximos, embora o número de vítimas fora da unidade hospitalar ainda não tenha sido confirmado.

Quem são os ADF

O grupo ADF teve origem em Uganda, nos anos 1990, e desde 2002 opera no leste da RDC.

Em 2019, fez juramento de fidelidade ao Estado Islâmico, o que lhe confere perfil de militância islamista-radical.

Especialistas apontam que o ADF aumentou sua letalidade nos últimos anos, com ataques sistemáticos contra civis – muitas vezes em zonas remotas da RDC, com pouca proteção estatal.

Fragilidade do controle estatal

A região de Norte-Kivu já enfrenta uma crise humanitária grave: milícias armadas, violência indígena, deslocamentos internos e instabilidade prolongada tornam comunidades especialmente vulneráveis.

Atacar um hospital revela uma escalada: não apenas um ataque a civis, mas a uma instituição de saúde, ferindo princípios básicos de proteção humanitária.

A recorrência de ataques do ADF e outros grupos armados na região demonstra a fragilidade do controle estatal e das operações de paz no leste da RDC.

Reações e implicações

Comunidades locais e organizações religiosas qualificaram o episódio como “horroroso” e denunciaram a “silenciosa complicidade internacional”, exigindo que o mundo olhe para o que ocorre no leste da RDC.

Por sua parte, o governo da RDC e forças de segurança enfrentam o desafio de conter o avanço de grupos como o ADF, que operam em áreas florestadas, próximas à fronteira com Uganda, dificultando intervenções rápidas.

 

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