Em certo momento da vida, muitos cristãos já entraram em conflito com sua identidade em Deus e a descoberta do seu propósito de vida. Segundo a cantora Priscilla Alcantara, esse processo de descobrimento é muito mais profundo do que se imagina.
“O primeiro de tudo é você entender que tem uma identidade de filho. As pessoas ficam muito focadas em saber para o que Deus as chamou. Foi para missões? Foi para música? Mas a sua primeira missão é ser filho”, disse ela em entrevista ao Guiame na Expoevangélica 2017.
“O maior interesse de Deus não está nas minhas obras, em quantas músicas minhas vão fazer sucesso. O foco de Deus é que eu esteja todos os dias no meu lugar secreto, sendo filha”, acrescentou Priscilla. “Eu acredito que antes de saber qual é o nosso serviço, precisamos saber qual é a nossa identidade”.
Priscilla aconselha as pessoas a primeiramente descobrirem sua identidade em Deus e, depois, observar suas habilidades para ver onde se encaixam melhor. “Eu me inseri na arte porque é o que corre nas minhas veias, mas existem pessoas que são usadas na medicina, na advocacia, no campo missionário. Mas antes, precisamos saber que somos filhos”.
Adoração e profissão
Questionada sobre os limites entre adoração e profissão, Priscilla considera que a música faz parte de seu trabalho, mas se sente privilegiada pela oportunidade de glorificar a Deus através disso.
“A música é meu ganha pão, eu sou musicista. Eu fico até um pouco brava, às vezes, porque muitos cristãos não entendem que a música é uma profissão. Eu uso a música para me sustentar também, é o meu trabalho. É um privilégio poder usar o meu trabalho para glorificar a Deus. É tudo muito interligado”, disse a cantora.
“Eu acho que o trabalhador é digno do seu salário, a própria Bíblia nos ensina isso. Assim como, por exemplo, a igreja precisa sustentar os missionários, eu acho que se o que você faz é uma escolha, por que não ser honrado? A Bíblia ensina o princípio de honra”, acrescenta.
Por outro lado, Priscilla acredita que a plataforma de adoração tem potencial para promover e sustentar o campo missionário. “Eu acredito muito nisso, temos que trabalhar juntos. Os próprios cantores podem fazer isso em suas vidas mesmo, pegue uma parcela [de sua renda] e invista. Eu acho que isso é tudo muito interligado. Deveria ser um senso comum, deveríamos estar sempre estimulando isso”, pondera.