Missionários resgatam crianças deficientes que seriam devoradas por animais

Além do resgate, os missionários oferecem abrigo e alimento para as crianças e ensinam que elas também têm valor para Deus.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 17 de julho de 2018 às 13:36
Missionários cuidam de crianças abandonadas pelos pais. (Foto: Christian Aid Mission).
Missionários cuidam de crianças abandonadas pelos pais. (Foto: Christian Aid Mission).

Crianças deficientes estão sendo abandonadas pelos próprios pais e deixadas para serem devoradas por animais selvagens, no Quênia. Cientes desse cenário, um ministério cristão resolveu resgatar as vítimas e as colocou sob seus cuidados. O grupo acredita que “todos são filhos de Deus” e merecem proteção.

Margaret Njuguna, do En-Gedi, uma missionária do ministério Set Free, disse ao site Mission Network News que crianças nascidas com deficiências no país africano são frequentemente escondidas, ou deixadas para morrer pelos próprios pais. Por isso, essas crianças acabam sendo comidas por animais selvagens.

"Eu acabei de ir aos escritórios do governo local e descobri que muitas pessoas são denunciadas por deixarem as crianças com deficiência morrerem, escondendo-as e negando-lhes comida", disse Njuguna.

Ela ainda contou que encontrou várias crianças com deficiência implorando nas cidades. "Deus me levou a crianças que não conversavam, que não andavam. E a maioria morreria antes que alguém soubesse que elas existem", disse ela.

Njuguna explicou anteriormente que seu trabalho é "resgatar crianças que são abusadas, negligenciadas, isoladas, e algumas dessas crianças seriam deixadas no mato para que elas morressem de causas naturais ou fossem comidas por animais selvagens. Outras seriam amarrados atrás das casas de seus pais. Eles não permitem que elas façam parte da família", relatou.

Inspiração

A missionária disse que sua inspiração para resgatar essas crianças está em João 10:16. "Como cristãos, somos chamados a ser pastores neste mundo. Jesus nos deu a responsabilidade de cuidar dos nossos", acrescentou.

Njuguna e os En-Gedi têm cuidado, alimentado e abrigado essas crianças em suas instalações, ajudando-as a entender que têm valor e que podem trabalhar para mudar as atitudes dos pais que as abandonam. Muitos pais temem que crianças deficientes possam ser maus augúrios.

"Por mais que eles não estejam prontos para levar seus filhos de volta, vimos que eles estão construindo amor e esse é um grande objetivo. Verão que é Deus na vida dessas crianças", disse ela sobre os pais.

Njuguna admitiu que apesar dos desenvolvimentos positivos em alguns casos, há um longo caminho a percorrer antes que as atitudes possam realmente mudar no Quênia. Ela disse que, embora seja difícil ver a geração mais velha mudando suas crenças, a esperança está na geração mais jovem.

O Quênia é um país em grande parte cristão, embora um quarto da população possua várias crenças indígenas. Nos últimos anos, o país sofreu ataques terroristas, incluindo confrontos entre cristãos e muçulmanos. Reportagens em janeiro disseram que vários estudantes cristãos foram esfaqueados e espancados em uma escola secundária em Nairobi, depois que estudantes muçulmanos tentaram forçá-los a recitar o credo islâmico de conversão e passar por rituais de limpeza muçulmana.

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