A cristã americana Mary teve uma infância difícil na cidade de Louisville, em Kentucky, onde morava em um orfanato. "Eu sou uma das 15 crianças nascidas em uma família de pobreza, alcoolismo, depressão, doença mental e abuso de drogas", disse ela sobre os órfãos que moravam no local.
“Eu me lembro de quando fui deixada com pouca roupa e comida. Fui exposta aos males do mundo que destruiram minha alma. Eu fui abusada e não contei a ninguém por vergonha”, conta Mary.
Quando tinha apenas 15 anos, Mary começou a ser “cuidada” por um motociclista em sua vizinhança. “Eu era especial para ele. Eu poderia ter qualquer coisa que quisesse”, lembra ela. Quando completou 18 anos, o homem forçou Mary a viajar com ele.
"Eu estava implorando, implorando. Eu não queria ir. Ele não me disse o destino, ou por que estávamos saindo tão cedo". O motociclista começou a oferecer Mary para caminhoneiros em paradas de caminhões. "Acabamos em Nashville e de lá fiquei em um bordel na Carolina do Norte, na Geórgia", relata.
Prostituição
Essas experiências levaram ela a 30 anos no comércio sexual, trabalhando como prostituta e em clubes de striptease.
“Nenhuma criança sabe o que é prostituição. Eu estava com um buraco no coração. Quando você procura um amor, mas não tem ideia do que está procurando, você acaba encontrando em lugares deformados", admite.
Mary tentou escapar do buraco negro da indústria do entretenimento adulto, mas confessa que não conseguia. “Eu odiava estar lá. Mas eu não tinha apoio e nem lugar para morar. Eu tinha que comer e dormir. Eu tinha de sobreviver”, relatou.
Por várias vezes, Mary foi dominada pela culpa e pela vergonha. Uma vez, ela até tentou suicídio. “A dor de ser traficada pode levar alguém a acreditar que o suicídio é a única fonte de alívio. Eu tentei colocar uma bala na minha cabeça. A arma estava emperrada”, disse ela.
Ela chegou a se casar cinco vezes e experimentou várias religiões. “Eu tentei o casamento e não funcionou. Eu tentei terapias da Nova Era e senti que não havia resposta".
Nova chance
Então, alguém deu a Mary uma Bíblia. Ela começou a ler no vestiário do clube onde era dançarina. "Eu lia a Bíblia de bolso no fundo de um clube. Ali eu orei e clamei a Deus". Mary também costumava ir a uma igreja local depois do trabalho para orar. “Lá e passava horas chorando, pedindo ao Senhor que me ajudasse”.
Uma noite, duas senhoras de um grupo que ministra a mulheres no comércio sexual, foram ao seu clube. "Estava sentada quando estas senhoras da igreja chegaram. Eu pedi a elas que orassem por mim".
As senhoras deram comida a Mary e a convidaram para um estudo bíblico na igreja. “Eu nunca vi amor assim. Elas não vieram para julgar. Elas nem me disseram para sair de lá. Eles só vieram me dizer que Jesus me ama e eu não sabia disso. Então fui ao barraco onde eu morava e me deitei. Peguei a Bíblia que tinha naquela sacola e comecei a chorar. Ele me ouviu. Deus me ouviu”, lembrou.
Maria aceitou a Cristo e começou a ser discipulada pelas senhoras. Ela deixou o comércio sexual e mais tarde narrou sua jornada em um livro chamado “A Harlot's Cry”.