Mulheres fazem campanha publicitária para ter direito ao Bar Mitzvá no Muro das Lamentações

Os anúncios, expostos na parte de trás de ônibus, dizem: "Mãe, eu também quero um Bar Mitzvá no Muro das Lamentações" e "Agora é a minha vez!"

Fonte: GuiameAtualizado: terça-feira, 14 de outubro de 2014 às 01:31

Uma nova campanha publicitária exposta na parte de trás de um ônibus, em Jerusalém, é o mais recente esforço do grupo feminista Mulheres do Muro. O grupo defende o direito de meninas comemorarem seu Bar Mitzvá no Muro das Lamentações, assim como os rapazes, levando a instituição religiosa ortodoxa de Israel a expandir as oportunidades para as mulheres no judaísmo.

Atualmente, os meninos que passam pelo Bar Mitzvá são encorajados a ler a Torá no Muro das Lamentações, mas a Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações, apoiada pelo Estado de Israel, proíbe as meninas e mulheres de fazer o mesmo.

O grupo feminista vem tentando, há mais de 25 anos, promover a oração de mulheres com uma Torá no local. Em 2013, o grupo ganhou um caso na Corte Distrital de Jerusalém, onde foram permitidos uso de xales de oração e filactérios por mulheres – itens historicamente utilizados pelos homens nos rituais.

A campanha publicitária, a primeira de seu tipo, apresenta garotas israelenses usando um xale de oração e segurando um rolo da Torá diante do Muro das Lamentações. Os anúncios dizem: "Mãe, eu também quero um Bar Mitzvá no Muro das Lamentações" e "Agora é a minha vez!"

Entre as meninas caracterizadas, está Ashira Abramowitz-Silverman, a sobrinha da comediante norte-americana Sarah Silverman. Os pais da menina, Yosef Abramowitz e Rabbi Susan Silverman, são ativistas.

Os anúncios foram postados neste domingo (12) em ônibus público após decisão do Tribunal Superior. A empresa de ônibus, Egged, se recusou há dois anos a colocar anúncios com mulheres em seus ônibus por medos de os veículos serem vandalizados por extremistas ortodoxos.

Reconhecendo o potencial de vandalismo, Lesley Sachs, diretora do Mulheres do Muro, chamou as meninas (de idades entre 11 e 14 anos), caracterizadas nos ônibus, de "corajosas" por aparecerem nos anúncios.

"Negar o acesso de qualquer judeu ao rolo da Torá, como já foram feitas tantas vezes em toda a história judaica, é uma afronta à liberdade religiosa. Recusar o acesso das mulheres a Torá não tem base na lei judaica, e não tem lugar em um local público dentro de um Estado democrático", disse o grupo em um comunicado.

Mas o rabino Shmuel Rabinowitz, que dirige a Fundação do Patrimônio do Muro das Lamentações, não deu nenhuma indicação de que iria ceder. "Cada corrente do judaísmo pensa que só o seu caminho está correto", disse ele. "Meu trabalho é uma tarefa difícil."

 

Com informações de Huffington Post
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