Multicampeã de jiu-jitsu ora com adversárias nas competições: “Levo a Palavra de Deus”

Rafinha Silva compartilha suas experiências de fé no ambiente de competições nacionais e internacionais de jiu-jitsu.

Fonte: Guiame, Adriana BernardoAtualizado: quinta-feira, 11 de abril de 2024 às 12:51
Rafinha Silva conquista mais uma medalha no Pan-Americano de Jiu-jitsu da IBJJF, nos EUA. (Foto: Arquivo pessoal)
Rafinha Silva conquista mais uma medalha no Pan-Americano de Jiu-jitsu da IBJJF, nos EUA. (Foto: Arquivo pessoal)

Uma atleta multicampeã de jiu-jitsu aproveita seu talento para elevar o nome do esporte nacionalmente e internacionalmente, representando o Brasil em diversas competições ao redor do mundo. Além disso, utiliza essas oportunidades para compartilhar sua fé e o amor por Jesus.

Em uma entrevista exclusiva para o Guiame, Rafinha Silva falou sobre sua dedicação combinada entre o jiu-jitsu e seu ministério de levar a Palavra de Deus em sua rede social (@rafinhasilvabjj) e nos campeonatos:

“Em cada competição que eu participo, levo a palavra de Deus e oro com minhas adversárias. É simples, mas desta forma tenho levado a palavra de Deus a vários países", escreveu no Instagram.

 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Alex Sandro (@igt.bjj)

“Vejo a competição como um momento especial, momento em que posso ofertar o meu melhor a Deus, pois é nas batalhas que podemos sentir sua presença ainda mais forte, nos encorajando para enfrentar os desafios de uma forma mais corajosa, assim como foi Davi com Golias.”

Em suas lutas, Rafinha costuma reunir suas oponentes em uma roda de oração, explicando que orar faz parte da sua rotina diária, principalmente antes dos treinos.

Rafinha Silva ora com competidoras no Pan-Americano de Jiu-jitsu, em Orlando, EUA. (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu sempre tenho meu momento com Deus, onde peço para não lesionar meus amigos e nem sair lesionada e que ele me capacite para ter uma melhor absorção de tudo que é ensinado”.

Além de orar, a atleta de 16 anos diz que aproveita o momento de pós competição “para disseminar a palavra de Deus entre minhas adversárias”.

Nova fase e superações

Recém-saída da categoria infantil para a juvenil, Rafinha conta que a oração deixa o ambiente competitivo mais leve.

“Lembro-me de uma vez quando estava nos Estados Unidos após orar com minhas adversárias recebi uma mensagem de [uma pessoa] do Brasil, dizendo que precisava urgentemente falar comigo (em minha mente eu já imaginava os piores cenários possíveis, pois a pessoa havia me mandado o meu vídeo em oração e achei que isso poderia impactar negativamente a academia)”, compartilha.

E continua: “Quando retornei a ligação, fui surpreendida, a pessoa dizia que tinha recebido meu vídeo, e que ele era uma resposta de oração, pois ele estava a ponto de fechar a academia e o vídeo lhe deu forças para que persistisse e acreditasse em seu lindo trabalho. E hoje graças a Deus a academia dele é linda e prospera.”

Recém-saída da categoria infantil para a juvenil, Rafinha conta que está muito satisfeita com sua atual performance. Ela diz que os desafios são maiores, mas que tem se empenhado todos os dias para superá-los.

E explica: “Meu maior desafio atualmente vem sendo a questão adaptativa de uma categoria para a outra, mas apesar disso disputei o campeonato Mundial da CBJJE em janeiro me consagrando campeã da categoria e ficando em segundo lugar no Absoluto (categoria sem limitação de peso) e recentemente disputei o campeonato Pan-Americano da IBJJF (International Brazilian Jiu-jitsu Federation) nos Estados Unidos. onde me consagrei vice-campeã da categoria.”

Rafinha Silva sobe ao pódio como vice-campeão no Pan-Americano de Jiu-jitsu, em Orlando, EUA. (Foto: Arquivo pessoal)

Missão nos tatames

A atleta da arte marcial japonesa acredita que o jiu-jitsu pode servir como uma ferramenta para compartilhar os ensinamentos de Jesus. Além das orações e da disseminação da palavra de Deus, para transmitir valores cristãos durante suas participações em competições, Rafinha cita práticas de vida e comportamentos que ajudam a compartilhar o Cristianismo.

“O jiu-jitsu pode servir como uma ferramenta para compartilhar os ensinamentos de Jesus através do exemplo de humildade, respeito, e amor ao próximo durante as práticas e competições”, explica a atleta. “Transmito valores cristãos demonstrando respeito pelo meu oponente, sendo humilde na vitória e na derrota, e mostrando compaixão e cuidado pelos outros dentro e fora do tatame.”

Rafinha também leva sua missão evangelística para os tatames internacionais, aproveitando a oportunidade com todo o discernimento, para mostrar Jesus.

“Quando viajo para competições em diferentes países, aproveito para conversar com as pessoas sobre minha fé e como ela influencia minha vida e meu esporte”, esclarece a esportista, que congrega na Igreja Metodista Wesleyna do Tatuapé (SP).

“Algumas pessoas estão abertas e interessadas, outras nem tanto, mas tento ser respeitosa e compreensiva com todas elas. O inglês me ajuda a comunicar essa mensagem em diferentes partes do mundo”, pontua.

Desafios e testemunhos

Rafinha conta que enfrentou alguns desafios ao compartilhar sua fé durante competições em diferentes países, mas também lutou para superá-los.

“Enfrentei desafios culturais e linguísticos, nos Estados Unidos minha principal dificuldade foi a falta de confiança no idioma, mesmo assim consegui superar esse desafio me aperfeiçoando no inglês”, relata.

“Já em Abu Dhabi foi a diferença cultural, onde tive que respeitar suas regras religiosas, e da mesma forma que antes superei esse desafio e consegui ter meu momento com Deus de uma forma mais simples, como escritas em meu quimono [foto abaixo] e redes sociais, e orando de uma forma mais discreta sem desrespeitar a cultura local”.

Em seu quimono, Rafinha Silva usa a frase “Soldier of Christ” junto ao logo da Igreja Metodista Wesleyana. (Foto: Arquivo pessoal)

Treinada pelo professor Marcos, conhecido como Marreta, o sucesso de Rafinha no jiu-jitsu fica ainda mais significativo quando recebe os feedbacks de adversárias sobre o impacto de suas ações de fé durante as competições.

“Recebo respostas a todo momento, sempre que vou visitar uma academia me convidam para que eu faça uma oração e a maior resposta acontece nas competições quando diversos pais das minhas adversárias ou de pessoas que eu não conheço me abraçam e me agradecem pelo momento de fé”, testemunha.

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