Escatologia: Conheça a diferença entre pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo

O escritor e pregador irlandês Will Graham traz as três principais escolas de pensamento escatológico relacionadas ao tema do Milênio.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical Focus e HarvestAtualizado: quarta-feira, 17 de janeiro de 2024 às 15:03
(Foto: FreeBible)
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Na visão cristã, o Milênio é um evento ligado ao fim dos tempos, descrito no Livro do Apocalipse, especificamente ao capítulo 20. A ideia do Milênio está relacionada a um período de mil anos de paz, justiça e harmonia na Terra, associado à segunda vinda de Cristo.

O pastor Greg Laurie, da Harvest Christian Fellowship em Riverside, Califórnia, diz que o Milênio faz parte da cronologia do fim entre tantos outros eventos:

“Ouvimos termos como Armagedom, Anticristo, a marca da besta, o Arrebatamento, a Segunda Vinda, o Milênio”.

“No Arrebatamento, Jesus vem antes do julgamento. Na Segunda Vinda, Ele retornará com julgamento. Depois vem o Milênio. O reinado milenar de Cristo. A palavra milênio significa 1.000 [anos]. E finalmente, a Nova Jerusalém desce do Céu à terra”, diz o pastor.

Diferentes interpretações para o Milênio

Como em diversos debates teológicos, o Milênio recebe diferentes interpretações, geralmente divididas em três principais perspectivas: campos pré-milenista, pós-milenista e amilenista.

Para mostrar cada uma das visões, o pregador e professor irlandês Will Graham fala resumidamente:

“Talvez o texto chave para explicar as diferenças entre os campos pré-milenista, pós-milenista e amilenista seja encontrado em Apocalipse 20:1-7, onde é feita menção de que Satanás será preso por “mil anos” (v. 2) e de aqueles que “viveram e reinaram com Cristo durante mil anos’”, diz Graham, que traçou as diferenças entre esses três pensamentos escatológicos:

- Pré-milenismo

Segundo Graham, os pré-milenistas podem ser divididos em dois grupos: os pre-milenistas clássicos e os pre-milenistas dispensacionalistas.

“Por um lado, o Pré-milenismo Clássico, originário da época dos Pais da Igreja, acredita que quando Jesus retornar Ele estabelecerá Seu reino na terra por 1.000 anos (que pode ser simbólico ou literal). Contudo, não sustenta a ideia de que haverá um Arrebatamento secreto antes do tempo da Grande Tribulação”, diz o pregador.

“Esta perspectiva histórica entende que o novo povo de Deus é a igreja e, portanto, as promessas que Deus fez ao Israel nacional serão cumpridas na história da igreja tanto antes como depois da Segunda Vinda. Alguns pré-milenistas clássicos também apontam que haverá um reavivamento entre os judeus pouco antes do retorno do Senhor.”

E diz sobre Pré-milenismo Dispensacionalista:

“[Essa visão] por outro lado, é diferente da versão histórica do Pré-milenismo porque acredita que Cristo arrebatará Sua igreja antes da Grande Tribulação”.

Graham diz também que o Dispensacionalismo, que nasceu no século XIX, mas que remonta ao tempo dos Pais da Igreja, coloca muito mais ênfase no Israel nacional do que o Pré-milenismo Clássico.

“Assim que a igreja for arrebatada, Deus começará a trabalhar com a nação de Israel como nos dias da Antiga Aliança. Os judeus pregarão o Evangelho e muitos Israelenses e Gentios chegarão à fé em Cristo antes do Seu regresso. Deus cumprirá literalmente todas as promessas que fez a Israel no Antigo Testamento no Milênio e a nação reinará por toda a terra”, explica sobre esta visão.

- Pós-milenismo

Graham, que também é escritor e faz mestrado pelo Instituto Teológico FIET, diz que o Pós-Milenismo, em forte contraste com o Pré-Milenismo, acredita que o Milênio ocorre antes da Segunda Vinda de Jesus, e não depois.

“Visto que as Escrituras falam do Milênio como um tempo de grande prosperidade para o reino de Deus, os pós-milenistas são inerentemente otimistas”, diz.

“O mundo, tal como o veem, está num contínuo processo dourado de progresso. Embora esta visão seja pouco mencionada pelos Pais da Igreja, ela foi defendida por muitos dos puritanos ingleses que acreditavam que um enorme despertar iria ocorrer em breve entre judeus e gentios antes do retorno do Senhor.”

O professor Graham diz ainda que os 1.000 anos não precisam ser literais no pensamento pós-milenista. Eles apenas simbolizam um longo período de avanço pela causa do Evangelho.

“O pós-milenismo atingiu o seu apogeu em meio ao dinamismo cultural do século XIX; mas foi prontamente derrubado após as horríveis tragédias que caracterizaram as duas Guerras Mundiais na primeira metade do século XX”.

- Amilenismo

Sobre a terceira visão, chamada de Amilenista, Graham explica: “Amilenismo, etimologicamente, significa ‘não Milênio’”. E questiona: “Então, e quanto a Apocalipse 20:1-7?”.

“Bem, seria injusto dizer que os amilenistas não acreditam num Milênio; eles simplesmente acreditam que é uma realidade simbólica e celestial e não terrena”, diz.

Nesta visão, diz Graham, Cristo está governando agora mesmo sobre Sua igreja desde o céu, ao lado de seus santos. E Satanás está atualmente preso no sentido de que não pode impedir as pessoas de ouvirem o Evangelho e de crerem em Cristo.

Segundo o pregador, “tal como o Pré-Milenismo, o Amilenismo gozava de boa posição entre os Pais da Igreja. Mas, ao contrário da postura pré-milenista, os amilenistas estão persuadidos de que Cristo não estabelecerá um reinado de 1.000 anos na terra após a Sua Segunda Vinda. Quando Ele voltar, haverá um novo céu e uma nova terra”.

“E o que os amilenistas pensam sobre o Arrebatamento? Muito simples, eles não acreditam que haverá um”, responde.

ERRATA: A matéria anterior informava que as declarações eram de Will Graham, neto do falecido evangelista Billy Graham. As falas, no entanto, são atribuídas ao pregador, autor e professor Will Graham, articulista do site Evangelical Focus. 

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