Jim Yong Kim, o presidente do Banco Mundial declarou no último domingo (27) que a Jordânia irá receber um empréstimo de US$ 100 milhões para criar 100 mil vagas de emprego para refugiados sírios e seus próprios cidadãos. O empréstimo será de longo prazo e quase todo livre de juros. A ação faz parte de um esforço da comunidade internacional para melhorar as condições dos refugiados e dos países que estão sobrecarregados de imigrantes, dentre eles a Jordânia e o Líbano.
De acordo com os dados, mais de 4,8 milhões de sírios deixaram suas casas desde 2011, no início do conflito no país. A Jordânia abriga cerca de 640 mil refugiados sírios e o Líbano, mais de 1 milhão.
O empréstimo oferecido pelo Banco Mundial será realizado a juros baixos. Além disso, outras instituições estão entre as ferramentas utilizadas para realizar ações de educação financeira e criar empregos para refugiados na região do Oriente Médio. Um dos objetivos dessa ação é desacelerar a imigração de refugiados para a Europa.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o presidente do Banco Mundial têm visitado a região desde a semana passada, passando primeiro pelo Líbano. No último domingo, Kim anunciou os US$ 100 milhões destinados à Jordânia, depois de ter anunciado outros US$ 100 milhões para o Líbano, neste caso visando garantir educação para as crianças sírias e as próprias libanesas até 2017.
Cristãos na Jordânia
A Jordânia pode ser achada como porto seguro para muitos cristãos refugiados. Só em 2014, o país recebeu em torno de 4 mil cristãos. Mas, este cenário parece ter sofrido algumas mudanças. Segundo dados do Ministério Portas Abertas em dezembro de 2015, o número de cristãos na Jordânia caiu pela metade em um século.
“Por um longo tempo, a Jordânia foi um dos países mais liberais da região em termos de religião. No entanto, a maré parece estar virando contra os cristãos - especialmente para os convertidos cristãos de origem muçulmana que enfrentam constante perseguição”, afirma o texto publicado no site.
“Comunidades históricas cristãs, cristãos convertidos de origem muçulmana e igrejas protestantes não tradicionais são os alvos principais dos perseguidores. Mas, as famílias contribuem muito para esse dado”, continua a publicação.
“A Portas Abertas recebeu relatos de cristãos detidos para interrogatório policial, com direito a agressões e sequestro (muitas vezes pela própria família). Vários foram forçados a se esconder no interior do país ou a fugir para o exterior por razões relacionadas com a fé”, contextua.
Esse grande êxodo de cristãos que saíram dos países árabes aconteceu devido a intolerância religiosa em alta, uma tendência que causa preocupação entre cristãos de outras regiões, até mesmo no Papa. Ela também chamou a atenção da Jordânia que tem falado com frequência da necessidade de uma presença contínua da diversidade religiosa no Oriente Médio nos últimos anos.
Então, quando os combatentes do Estado Islâmico chegaram a Mosul, o governo da Jordânia abriu as fronteiras aos cristãos iraquianos, apesar das crescentes tensões em torno da chegada de refugiados sírios no país, cuja presença tem afetado as comunidades.