O pastor iraniano Yousef Nadarkhani foi levado para a prisão de Evin, na capital Teerã, depois de um ataque violento em sua casa na cidade de Rasht, no norte do país, no último domingo (22).
Nadarkhani foi condenado a 10 anos de prisão em julho do ano passado, juntamente com três membros de sua congregação. Ele estava esperando uma intimação para cumprir sua sentença, segundo o site World Watch Monitor.
No entanto, em vez de serem convocados, como é costume, policiais vestidos à paisana invadiram a casa do líder de madrugada, depois que seu filho adolescente abriu a porta. “Os oficiais perguntaram onde estava o pastor. Quando Danial (filho do pastor) quis ligar para o pai, os policiais o atacaram com uma arma de eletrochoque e deixaram ele paralisado”, explicou Kiaa Aalipour, da organização de advocacia em Londres.
“Quando o pastor chegou, eles também o atacaram com uma arma de eletrochoque. Nadarkhani foi espancado pelos policiais, apesar do fato de que nem ele, nem seu filho, mostraram qualquer resistência”, disse Aalipour.
O chefe operacional da Christian Solidary Worldwide, Scot Bower, condenou a "força excessiva usada pelas autoridades iranianas e particularmente a violência injustificada contra seu filho".
Quarentena
O pastor ligou para sua família na última segunda-feira (23) da penitenciária de Evin, onde está sendo mantido em quarentena em uma enfermaria com condições inadequadas e anti-higiênicas, disse Aalipour, acrescentando que “as autoridades geralmente mantêm prisioneiros nesta ala para fins de castigo”.
Em julho do ano passado, o pastor Nadarkhani e os membros da igreja Yasser Mossayebzadeh, Saheb Fadaie e Mohammad Reza Omidi — que ainda aguardam sua intimação — foram condenados por “agir contra a segurança nacional” ao “promover o cristianismo” e administrar “igrejas domésticas”.
A sentença máxima para a acusação de agir contra a segurança nacional é de seis anos de prisão. Eles recorreram suas sentenças perante o Tribunal Revolucionário no dia 14 de dezembro do ano passado, mas não tiveram êxito.
Nadarkhani e Omidi também foram condenados a dois anos de exílio interno. Ambos servirão esta sentença no sul do Irã, longe de suas famílias em Rasht.
O pastor foi preso várias vezes nos últimos anos. Anteriormente ele passou quase três anos na penitenciária de Lakan, em Rasht, por apostasia, acusação pela qual ele enfrentou sentença de morte, antes de sua libertação em 2012.