O pastor iraniano Yousef Nadarkhani está enfrentando novas acusações de “agir contra a segurança nacional”, após ser libertado recentemente da prisão.
De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW), Yousef e outro pastor, Matthias (Abdulreza Ali) Haghnejad, foram acusados de tentar minar a segurança do Estado por um casal de sua igreja, a Church of Iran.
A suspeita é que o casal, identificado como Ramin Hassanpour e sua esposa Saeede Sajadpour, tenha sido pressionado pela polícia para acusar falsamente os pastores.
“[Essas acusações] supostamente surgiram depois que pressão psicológica foi exercida sobre seus acusadores, que apenas conhecem um dos pastores. Isso por si só deveria tornar essas alegações não confiáveis e inadmissíveis”, afirmou Mervyn Thomas, presidente da CSW, em comunicado.
Ameaças
Segundo a organização, que defende cristãos perseguidos pelo mundo, o casal foi coagido a incriminar os líderes, sob a ameaça de seus filhos serem levados embora pelas autoridades.
O pastor Yousef disse que tem apenas uma vaga lembrança do casal de membros, por passar anos na prisão. Já o pastor Matthias afirmou que nunca os conheceu.
Yousef Nadarkhani foi intimado a comparecer no tribunal no último sábado (8). Matthias Haghnejad enfrenta as mesmas acusações e já está detido por outras acusações de 2014, que já havia sido absolvido.
“Esses homens estão claramente sendo submetidos a assédio planejado devido a seus papéis de liderança na igreja, em violação de uma decisão da Suprema Corte de novembro de 2021, de que ‘meramente pregar o cristianismo’ não deve ser considerado uma ameaça à segurança nacional”, denunciou Mervyn.
A Christian Solidarity Worldwide pediu que as falsas acusações contra os pastores sejam retiradas.
"A CSW reitera nosso apelo para que o Irã respeite, proteja e cumpra o direito à liberdade de religião ou crença para todos os cidadãos, conforme articulado no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, do qual é signatário”, declarou Mervyn.
Perseguido pelo governo
O pastor Yousef tem enfrentado perseguição do governo iraniano há anos. Ele já foi condenado à morte por “apostasia”. No início deste ano, ele foi perdoado como parte da anistia anual do país.
Porém, o líder foi condenado a três anos de prisão por evangelizar e liderar igrejas domésticas. Em 2012, ele foi libertado. Em 2016, o pastor foi preso novamente, após policiais invadirem sua casa de madrugada e o espancarem em frente a sua família.
No ano seguinte, Yuousef foi condenado a 10 anos de detenção, junto com três membros de sua congregação.
Conforme a Missão Portas Abertas, apesar da intensa perseguição, a Igreja clandestina no Irã continua crescendo de forma extraordinária.
Mas, iraniano que deixam o islã para seguir a Cristo enfrentam constante opressão do governo.
“Líderes de grupos cristãos convertidos, bem como membros de outras denominações que os apoiam, foram presos, processados e receberam longas sentenças de prisão por 'crimes contra a segurança nacional'”, afirmou a Portas Abertas.
O Irã ocupa a 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Portas Abertas, de países mais difíceis para ser um cristão.
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