Ativista cristã ganha prêmio por sua luta pelos perseguidos no Irã

Mary Mohammadi foi presa e torturada por deixar o islã e se converter. Ela ficou conhecida por protestar contra o regime iraniano.

Fonte: Guiame, com informações de UCA NewsAtualizado: terça-feira, 25 de abril de 2023 às 20:10
Mary Mohammadi ganhou o Prêmio Stephanus 2023. (Foto: Article 18).
Mary Mohammadi ganhou o Prêmio Stephanus 2023. (Foto: Article 18).

A cristã iraniana e ativista Mary Fatima Mohammadi ganhou um prestigiado prêmio por sua luta pelos direitos dos cristãos perseguidos no Irã.

Mary recebeu o Prêmio Stephanus 2023, da Fundação Stephanus para Cristãos Perseguidos, por sua "coragem excepcional" e "abnegação extraordinária", em uma cerimônia na sexta-feira (21), em Bonn, na Alemanha.

“A jovem de 24 anos não apenas reivindicou o direito de mudar sua fé no Irã, onde se afastar do Islã é considerado um crime. Ela também compilou e publicou informações sobre a perseguição de dissidentes pela ditadura totalitária, incluindo o tratamento desumano de detentos nas prisões de Qarchak e Fashafoye”, disse a Fundação, em um comunicado à imprensa.

Na cerimônia, Mary declarou que o prêmio a incentiva a continuar batalhando pelos oprimidos e defendendo os direitos humanos.

"Dedico o Prêmio Stephanus a todas as mulheres perseguidas desconhecidas que continuam lutando por sua causa sem receber nenhum apoio", afirmou.

A ativista cristã também incentivou todos aqueles que defendem a causa dos perseguidos, a exigirem a libertação de prisioneiros em governos ditatoriais, que foram detidos por motivos religiosos ou políticos.

Perseguida pelo governo iraniano

Mohammadi já foi presa diversas vezes no Irã por protestar contra o regime opressor. Ela foi detida pela primeira vez durante um culto em uma igreja doméstica, logo após deixar o islã e se converter ao cristianismo, aos 19 anos.

Segundo a UCA News, a ativista foi mantida na prisão de Evin de novembro de 2017 a maio de 2018. Mary enfrentou tortura e maus tratos. Além de ser expulsa de sua universidade e perder o emprego como professora de ginástica.

Em janeiro de 2020, a jovem foi presa durante um protesto contra o governo, após a Guarda Revolucionária Islâmica abater o voo 752 da companhia aérea ucraniana, no qual 176 pessoas foram mortas. 

Na Praça Azadi, em Teerã, as forças de segurança deteram, atacaram e abusaram sexualmente de Mary. A cristã foi condenada a três meses de prisão e a 10 chibatadas.

Seu caso gerou comoção e ganhou as manchetes em todo o mundo. “Mas ninguém poderia quebrar essa jovem corajosa e profundamente enraizada. O exemplo se espalhou como fogo”, comentou Brand, porta-voz da política de direitos humanos de um grupo parlamentar alemão, que lutou por sua libertação na época.

O governo dos Estados Unidos fez uma campanha, exigindo sua liberdade. O International Christian Concern, uma organização que apoia os cristãos perseguidos, chamou Mary de “a mulher mais corajosa do Irã”.

A cristã foi libertada sob fiança em fevereiro de 2020, mas continuou sendo ameaçada e foi acusada de "perturbação da ordem pública". Em 21 de fevereiro de 2022, Mohammadi conseguiu deixar o Irã.

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