Nos meses desde que a pandemia do coronavírus começou a afetar todos os aspectos das vidas das pessoas em todo o mundo, as questões de saúde mental entraram bastante em pauta nos debates, lives e reportagens. Para um pastor, líder ministerial, na verdade, os ataques de pânico se tornaram quase rotineiros durante esse período pandêmico.
Craig Denison, que também filho de pastor, é convertido desde a infância e agora dirige um ministério que envia devocionais para cerca de 1,5 milhão de pessoas todos os dias.
Suas mensagens matinais se concentram quase exclusivamente em como os cristãos podem entregar suas preocupações e temores a Deus, confiando no Senhor com suas ansiedades, enquanto procuram lidar com os desafios que enfrentam diariamente. Portanto, foi uma surpresa para Denison quando, ao longo dos primeiros seis meses do ano, ele teve mais de cinco ataques de pânico — algo com o qual ele nunca havia lidado antes da pandemia.
Denison, que é casado e pai de dois meninos, contou recentemente ao site ‘Faithwire’ que suas experiências este ano lhe ensinaram “algumas lições realmente valiosas” sobre sua saúde mental e sua fé.
Além de dar aos crentes ferramentas para lidar com as dificuldades da vida, Deus “é incrivelmente empático para com nossa experiência”, disse Denison, observando referências bíblicas ao próprio sofrimento de Jesus que culminou e incluiu Sua crucificação. O apóstolo Lucas escreveu em seu relato que, ao orar no Jardim do Getsêmani na véspera de Sua morte, o suor de Jesus era “como grandes gotas de sangue” (Lucas 22:44).
“Deus conhece bem o estresse e a ansiedade que realmente se tornaram normais para nós como um povo”, explicou Denison. “E [Ele] deseja encontrar-se conosco para nos oferecer Sua paz. Mas paz não é essa ausência de estresse e ansiedade".
“Ter paz não é necessariamente a ausência de ansiedade ou o estresse. Em vez disso, Deus oferece Sua paz no meio de nossas dificuldades”, disse o pastor, conselheiro e autor cristão.
Contexto
Uma pesquisa em maio revelou que aproximadamente um terço dos adultos americanos apresentou sintomas de depressão ou ansiedade durante a pandemia nos EUA.
Segundo Denison, o primeiro e mais importante passo que os líderes cristãos podem dar para ajudar outros crentes a lidar com o estresse, surpreendentemente, é "ficar vulnerável em relação à sua experiência".
“Não espere perfeição de você ou de sua equipe”, disse ele. “Esteja vulnerável ao estresse que você está experimentando dentro de suas mensagens e sermões, ao invés de apenas prescrever soluções, talvez, embora haja soluções reais para isso que a igreja pode oferecer”.
Também é importante que a igreja mostre um esforço concentrado para "normalizar" as lutas pela saúde mental, particularmente em uma época em que nossos níveis de estresse social coletivo estão mais altos do que nunca, alertou o pastor.