
As crianças geralmente são desprestigiadas justamente pelos motivos que Jesus deve ter levado em consideração ao dar-lhes prioridade na relação com o Reino de Deus.
Elas são espontâneas, naturais, sem formalismos. O Evangelho de Jesus trata do fim da religião como estrutura organizada em forma de rituais, sacramentos e liturgia. Os adultos geralmente precisam de tais estruturas como parâmetro de suas atividades, mas é necessário que se façam como as crianças a fim de discernir que a espiritualidade dispensa a religião.
As crianças são sinceras em suas emoções, não disfarçam, parecem não ver a necessidade de se respeitar situações sociais. Quanto mais dos esforçamos por desempenhar funções pré-definidas, protocolos de convivência e por disfarçar nossas emoções a fim de manter as aparências, menos temos contato com as propriedades curativas da Graça de Deus, que opera sempre a partir da Verdade.
Dentre outras razões possíveis para Jesus as ter considerado modelo, estas são as que hoje me inspiram a tornar-me criança, a fim de discernir e assimilar o Reino de Deus que está entre nós, mas que somente pode ser visto por elas.
- Alexandre Robles