O Governador Geraldo Alckmin foi condenado a pagar uma multa de R$4 mil por "realizar propaganda eleitoral em templos religiosos". A decisão foi do juiz auxiliar Cauduro Padin e partiu de uma representação movida pela coligação “São Paulo quer o melhor”, do candidato Paulo Skaf (PMDB).
A representação usou como base as informações de que Alckmin esteve em dois encontros com pastores / líderes evangélicos: ao final de julho (2014) na Igreja Sara Nossa Terra e em uma quinta-feira, 12/09, na Igreja El Shaddai, lidera pelo Ap. Fábio Abudd.
Fato é que em ambas as ocasiões, o candidato à reeleição foi convidado pelas lideranças das igrejas a prestigiar os eventos e dar uma palavra ao público presente.
“Eu vim pedir as orações de vocês. Nós somos parceiros e iremos trabalhar juntos no trabalho social das igrejas, procurando apoiar quem mais precisa”, disse o governador em sua.
O juiz questionou a presença de Alckmin no evento e acusou o candidato de utilizar a oportunidade de palavra que lhe foi dada, para expor suas realizações.
Segundo a legislação, são proibidas propagandas eleitorais em bens de uso comum, ou seja, locais que são abertos ao público, como lojas, clubes e templos religiosos.
A assessoria de imprensa da campanha de Alckmin afirmou que ele vai recorrer da decisão.
Visitas de outros candidatos a igrejas evangélicas ou eventos realizados por estas ainda não foram penalizados, como o discurso da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) na Assembleia de Deus do Brás ou a participação dos candidatos ao senado, Gilberto Kassab (PSD) e ao goverrno de São Paulo, Alexandre Padilha (PT) em um evento da Assembleia de Deus, no Sambódromo paulistano. Apesar de ter marcado presença no evento, não houve discursou.
Salão Internacional Gospel
Na última quinta-feira, o governador de SP esteve na III FLIC Salão Internacional Gospel, mas não discursou. Participou dos momentos de oração, ministração da palavra e de um café com pastores e líderes, em um encontro realizado pela CPESP em parceria com a Feira.
Arquivo
A representação de Skaf contra Alckmin também pode gerar questionamentos, pois o próprio candidato participou de reunião na Igreja Assembleia de Deus na zona Sul de São Paulo e lembrando o fato de que no início do ano, o candidato do PMDB fez um acordo com o pastor Renato Galdino, que incluía visitas a cultos, encontros com lideranças evangélicas e o engajamento dos fiéis na campanha. A informação foi confirmada pelo site Gospel +, em março deste ano (2014).
“Pretendemos consolidar o apoio de mil lideranças [evangélicas]. Cada uma buscará mais cem pessoas, que buscarão mais dez, o que dá um milhão de eleitores”, já havia afirmado Galdino, coordenador do núcleo evangélico do PMDB no estado. Desta forma fica parecendo que Skaf esta sendo movido pelos resultados de pesquisas e não propriamente pelas visitas de Alckmin aos evangélicos.
Por João Neto - www.guiame.com.br
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