Na última segunda-feira, 27/10, o Papa Francisco comentou em seu discurso na Pontifícia Academia de Ciências, sobre temas, como a Teoria da Evolução e o Big Bang. Ele afirmou que estas teorias são reais e que Deus "não agiu como um mago, usando uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas".
"O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige", disse o Francisco durante a inauguração de um busto de bronze em homenagem ao Papa Emérito Bento XVI.
Segundo boa parte da comunidade científica, o Big Bang "é a explosão ocorrida há cerca de 13,8 bilhões de anos que deu origem à expansão do Universo". Segundo estes registros, a Terra teria aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
Já o Evolucionismo ou a Teoria da Evolução - idealizada por Charles Darwin (1809-1882) - afirma que os "seres vivos foram se modificando [evoluindo] de acordo com sua melhor adaptação ao meio ambiente, pela seleção natural".
O Papa ainda acrescentou que a "evolução da natureza não é incompatível com a noção de criação, pois exige a criação de seres que evoluem".
Polêmica
Uma polêmica que tem sido fonte de constantes debates entre evolucionistas e criacionistas se concentra na teoria acerca da evolução de homens e mulheres. Segundo o Evolucionismo, o ser humano teria se desenvolvido a partir de ancestrais primatas - como macacos, por exempalo.
Junto ao Big Bang, tal teoria vai contra a história apresentada no livro de Gênesis (Bíblia), que fala sobre como Deus criou a Terra, os animais e os seres humanos.
Segundo o cientista e palestrante Adauto Lourenço, a teoria de que a Terra teria cerca de 4,6 bilhões de anos é contestável.
Em uma de suas palestras, o professor apresentou fatores como o constante distanciamento da Lua em relação à Terra ajudam a provar que esta não poderia ter os 4,6 bilhões de anos, como afirma a teoria evolucionista.
O raciocínio apresentado pelo criacionista baseia-se em equações conhecidas pela Ciência e também aceitas pelos evolucionistas, considerando as seguintes evidências: o afastamento medido entre a Terra e Lua (3,82 cm por ano); distância entre a Terra e a Lua (praticamente 384,403 km); oscilação média das marés (0,75cm); tempo de rotação da Terra: (23h56min4,09s).
"Se fizermos um cálculo retroativo, sabendo que ela (a Lua) está se afastando, então, no passado, ela deveria estar pelo menos muito mais próxima da terra. (...) É interessante porque se contarmos há aproximadamente um bilhão de anos, a Lua estaria há menos de 15 mil quilômetros da Terra. Isso implica que se a Terra já tivesse oceanos, a altura média da maré seria e 11.700 metros e sua rotação há praticamente 1,2 bilhão de anos seria de 4h57min. Vida não teria existido nessas condições", concluiu.
Segundo Francisco, esta é uma questão que cabe ser avaliada pelos cientistas.
"Ao cientista, portanto, sobretudo ao cientista cristão, corresponde a atitude de interrogar-se sobre o futuro da humanidade e da Terra; de construir um mundo humano para todas as pessoas e não para um grupo ou uma classe de privilegiados", concluiu o pontífice.
Com informações do G1.