…não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Hebreus 4

Ter compaixão é sentir a dor do outro por uma questão de identificação. Somente consegue sentir a dor do outro quem permanece humano enquanto ouve; e se lembra de sua própria fraqueza. Ouvir alguém, colocando-se na situação de fonte de sabedoria ou de exemplo de maturidade é justamente a negativa desse processo de compadecimento curador.
Bom é poder dizer para alguém sua ansiedade, sem ser censurado, sem ser tratado com um “case” de estudo, sem escandalizar, sem receber receitas de resolução do problema, como se antes de contarmos o que sentimos jamais tivéssemos pensado no assunto ou não fôssemos minimamente inteligentes.
No final das contas, nossa ansiedade tem a ver com o que sentimos, não tanto com o que sabemos. Eu sei que Deus sustenta, sei que Ele é bom, sei que a vida se ajeita, sei mais uma porção de coisas, mas nem sempre sinto de acordo com o que sei.
Palestras, livros e mensagens, me instruem para saber. Um bom ouvido, um olhar humano e fraco como eu, uma atenção silente e reverente, isso são o que preciso para sentir minha ansiedade deixando meu coração.
Contar a ansiedade a alguém fraco e compassivo é uma forma de oração.
- Alexandre Robles